Na segunda-feira (18), uma criança Yanomami, de 11 anos, foi vítima de estupro coletivo nas proximidades da Casa de Apoio à Saúde Indígena Yanomami (Casai-Y), zona rural de Boa Vista (RR). Quatro indígenas são suspeitos do crime, sendo dois adolescentes, de 15 e 17 anos, e dois adultos de 21 e 27 anos. Além de estupro de vulnerável, a menina foi vítima de lesões corporais e embriagues. Entidades cobram proteção para a vida de crianças e mulheres indígenas.
Em Nota de Repúdio, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) classificou o fato como “violência absurda e inadmissível”. A entidade também denunciou as precárias condições da Casai e cobrou a construção de uma Casa de Apoio à Saúde Indígena somente para as mulheres Yanomami. “Cobramos ações das autoridades governamentais a implementação de políticas de segurança e medidas de proteção para crianças, adolescente e mulheres Yanomami dentro desta casa que deveria ser um local de acolhimento saudável para pacientes e acompanhantes”.
A entidade frisou que diversos problemas relatados no relatório Missão Yanomami, produzido pelo governo federal, em janeiro deste ano, dentre eles a segurança, alimentação, superlotação e infraestrutura. “A Casai em Boa Vista está superlotada, a capacidade é de cerca de 200 pessoas e tem mais de 700”, afirmou a Associação.
A Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e outras entidades que atuam defesa dos povos indígenas repudiaram veementemente qualquer tipo de violência cometida contra as mulheres indígenas. “Pelo direito de existir sem violência, pelo direito das mulheres indígenas e proteção dos nossos corpos territórios”, afirmou a Anmiga.
Fontes: ADUA com informações de Hutukara Associação Yanomami, Anmiga e Relatório Missão Yanomami
Foto: Editada com filtro desfoque; Imagem Original publicada no Relatório Missão Yanomami
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