Data: 16/10/2015
Na condição de entidade representativa dos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a ADUA manifesta apoio aos pesquisadores vinculados à Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas (Fapeam) que tiveram suas bolsas suspensas por decisão do governador do Amazonas, José Melo. Ao mesmo tempo, a seção sindical denuncia a política de precarização da Ciência e Tecnologia no Estado.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa local, o atraso no pagamento das bolsas se tornou um problema recorrente neste ano, o que acabou prejudicando cerca de seis mil pesquisadores. O auxílio consiste na única fonte de renda dessas pessoas, uma vez que o órgão exige dedicação exclusiva aos projetos de pesquisa.
A ADUA entende que tal situação reflete o descaso com que o governo do estado trata a Ciência e a Tecnologia, áreas diretamente ligadas ao desenvolvimento da região e do país. Trata-se de um processo de precarização iniciado com a extinção da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secti), em março deste ano.
No dia 3 daquele mês, representantes da seção sindical participaram de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) sobre a reforma administrativa proposta pelo governo Estadual, em particular sobre a extinção da Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação (Secti) e sua incorporação à Secretaria de Planejamento (Seplan). A entidade fez coro com outras instituições e demais pesquisadores contra a mudança.
Mas, em votação realizada na ALE-AM no dia 5 daquele mês, 16 deputados votaram a favor do projeto que transformou a Secti num setor da Secretaria de Planejamento (Seplan). Apenas 5 deputados se manifestaram contra a medida.
“Lamentavelmente, o atual governador do Amazonas tem implementado uma política de sucateamento das instituições de fomento à pesquisa como a Fapeam. A questão que se coloca é: qual o objetivo deste tipo de medida?”, indaga o 2º vice-presidente da ADUA, Aldair Oliveira de Andrade. Nesse sentido, os pesquisadores correm o risco de se submeter aos interesses da iniciativa privada. “O objeto dessas pesquisas vai ficar restrito às exigências do mercado”, afirma o professor Aldair.
A ADUA avalia que essas medidas se configuram como um retrocesso e fragilizam um segmento que vinha se fortalecendo na região. A entidade conclama os professores e pesquisadores a unirem esforços na defesa da Ciência, da Tecnologia e da Educação de qualidade.
Foto: Divulgação
Fonte: ADUA |