Data: 08/10/15
Em Assembleia Geral (AG) realizada nesta quinta-feira (08), às vésperas de o movimento grevista completar 110 dias, os docentes da sede da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aprovaram, por unanimidade, a saída unificada nacional de greve para o dia 16 deste mês. A decisão será encaminhada ao Comando Nacional de Greve (CNG), que irá avaliar o resultado das AGs em todo o país e indicar a data de encerramento da paralisação.
Também votaram pela saída unificada no dia 16 os docentes da Ufam em Benjamin Constant (dos 28 docentes, 26 votaram a favor do encerramento da greve nesta data) e em Humaitá (16 contra 1), onde a ampla maioria também acatou a sugestão, sendo essa, portanto, a data de saída. Só em Itacoatiara e em Parintins, os docentes votaram pelo encerramento antes desse prazo.
Na capital, a decisão foi tomada após a 1ª rodada de avaliação sobre esse ponto de pauta da AG. As aulas na Ufam serão retomadas no dia 19, conforme decisão da categoria. Na próxima semana, o Comando Local de Greve (CLG) dos docentes deve se reunir com a Pró-Reitoria de Ensino e Graduação (Proeg) para definir, com base em estudo realizado pelo movimento, a reposição das aulas e o posterior cronograma de atividades do período 2015/2.
Professor de Filosofia e integrante do CLG, José Belizário enfatizou a importância do planejamento como estratégia para manter a unidade e a normalidade das atividades na instituição. “Desde o início da paralisação, nossa conduta foi pautada por princípios como organização e planejamento, e isso deve ser aplicado também ao calendário acadêmico. Além disso, trata-se de um recurso para evitar o aprofundamento do caos acadêmico instalado após o reinício das aulas”, afirmou.
Categoria rejeita proposta
Na rodada de AG realizada na sede e nos demais campi da Ufam, a categoria também rejeitou, por ampla maioria, a proposta de reajuste salarial do governo federal. O ofício enviado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) ao ANDES-SN no último dia 24 de setembro prevê a redução da proposta de 4 para 2 anos e percentual de 10,5% (sendo 5,5% a incidir em agosto de 2016 e 5% para janeiro de 2017).
O documento apresenta também plano de reajuste nos benefícios sociais, com aumento no auxílio-alimentação (R$ 373 para R$ 458), o auxílio-saúde (de R$ 117,78 para R$ 145), e o auxílio-creche teve um reajuste de R$ 73,07 para R$ 321. Contudo, a proposta apresentada mantém a essência da proposta inicial de parcelamento, que já havia sido rejeitada pela categoria. Com a mudança ministerial, as negociações em torno desta nova oferta devem continuar, apesar da suspensão do movimento grevista.
Na avaliação da categoria, a proposta do governo não atende a nenhum dos pontos de reivindicação da greve: defesa da autonomia universitária, manutenção do caráter público da Educação, melhores condições de trabalho, reestruturação da carreira e equiparação salarial entre ativos e aposentados.
Por isso, a criação de uma Comissão Permanente de Mobilização foi aprovada após encaminhamento de pauta apresentado pelo presidente da ADUA, José Alcimar de Oliveira. O núcleo vai integrar também as unidades fora da sede e deve contemplar a agenda de mobilizações prevista pela Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas).
Até o término da deliberação na capital, a unidade de Coari ainda não havia encaminhado o resultado da votação sobre os dois pontos de pauta.
Fonte: ADUA |