Data: 07/10.15
Os professores da Universidade Federal do Pará (UFPA) aprovaram na manhã desta quarta-feira (7) a suspensão da greve da categoria, com indicativo de saída unificada para o próximo dia 13 de outubro. A decisão será levada ao Comando Nacional de Greve (CNG), que irá avaliar o resultado das assembleias em todo o país para indicar a data da suspensão do movimento grevista.
Mesmo com a suspensão da greve, os docentes decidiram não assinar o acordo com o governo federal, pois na avaliação da categoria as negociações ainda não encerraram. Até o momento, os professores conquistaram a constituição de um Grupo de Trabalho para discussão da carreira docente e a garantia de não contratação de nenhum docente via Organizações Sociais.
Em relação ao reajuste salarial, o governo reduziu sua proposta de 4 para 2 anos, prevendo um percentual de 10,5%, sendo 5,5% a incidir em agosto de 2016 e 5% para janeiro de 2017. Com a mudança ministerial, as negociações em torno desta nova proposta devem continuar, apesar da suspensão do movimento grevista.
Os docentes conquistaram, ainda, um reajuste nos benefícios sociais. O auxílio-alimentação aumentou de R$ 373 para R$ 458, o auxílio-saúde passou de R$ 117,78 para R$ 145, e o auxílio-creche teve um reajuste de R$ 73,07 para R$ 321.
Para a Associação de Docentes da UFPA (Adufpa), as negociações devem continuar, pois o aumento proposto está bem abaixo da inflação e existem elementos na carreira docente que precisam ser reestruturados, para corrigir distorções. “Essa proposta não atende nossas reivindicações. Decidimos suspender de forma estratégica o movimento porque, ao contrário do governo, não somos intransigentes, temos responsabilidade com a Universidade pública. Mas a luta não se esgotou. Apenas foi transferida para outro patamar”, explicou a professora Fátima Moreira, da diretoria da ADUFPA, informando que o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) vai continuar insistindo em ser recebido pelo novo ministro da Educação, Aloísio Mercadante.
Antes de aprovarem a suspensão da greve, os docentes avaliaram o cenário político e a correlação de forças do movimento. “Iremos voltar à sala de aula de cabeça erguida e dizer, aos nossos alunos, que a greve não foi o que projetamos no início, mas não nos acomodamos nas gaiolas acadêmicas, e fizemos uma luta forte em defesa da universidade pública”, avaliou o professor Gilberto Marques, do Comando Local de Greve (CLG).
A assembleia montou uma comissão formada pelos professores Armando Lírio, Lilian Amorim, Nelson Souza, Vera Jacob e Waldir Abreu, para elaborar uma proposta de calendário acadêmico e reposição das aulas. A proposição deverá ser discutida com a Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) e com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), para, posteriormente, ser apresentada no Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), que deverá regularizar o novo calendário letivo. A primeira reunião da Comissão está marcada para o dia 13, às 10 horas, na sede da ADUFPA.
A greve dos docentes das Instituições Federais de Ensino começou no dia 28 de maio em todo o país. Até o momento, 41 universidades ainda permaneciam paralisadas. Esta foi a maior greve da história do movimento docente.
Fonte: Adufpa |