Movimentos populares, sociais, estudantis e de docentes da Ufam convocam a população de Parintins (AM) para um ato público em defesa da Amazônia na sexta-feira (10), às 16h, em frente à Catedral Nossa Senhora do Carmo, no centro da cidade. A mobilização tem como mote “Quem cala, consente”, com objetivo de ser um "grito por socorro" e de chamar atenção para as consequências da estiagem e da fumaça das queimadas que atingem o município e outras cidades do Amazonas. A ADUA é uma das apoiadoras da manifestação.
“As áreas urbana e rural de Parintins foram afetadas por intensas ondas de fumaça, prejudicando a saúde da população, que foi obrigada a inalar fumaça dia e noite. Nos últimos dias, os níveis foram alarmantes, causando indignação na população que não pode silenciar diante disso. A construção desse ato público é para chamar a atenção para essas agressões à vida. Sofremos com a violência provocada, principalmente, pelas queimadas que consomem nossa biodiversidade amazônida”, afirmou a 2ª vice-presidente da ADUA e professora do ICSEZ, Maria Eliane Vasconcelos.
A educadora popular e pesquisadora de conhecimentos tradicionais da Amazônia, Fátima Guedes, defende que a educação popular ambiental, fundamentada nos princípios deixados pelo educador Paulo Freire, precisa ser inserida no currículo escolar do município e que é preciso construir projetos populares democráticos como estratégias para solucionar os problemas enfrentados. "A situação está caótica. Aqui não tem coleta com destinação correta dos resíduos sólidos e orgânicos. Não temos serviço de esgotos e nem educação no trânsito. O que vai sobrar desse município para as futuras gerações? É fogo pra todo lado. Pra tirar de cena a responsabilidade, dizem que é culpa do Pará. O Pará tem a responsabilidade dele, mas é preciso reconhecer que em Parintins, na Vila Amazônia e em outras comunidades estão todas nessa situação. Estão destruindo as florestas que ainda existem e nós estamos vivendo o verdadeiro caos. Essa é a palavra. E o que mais nos incomoda é que a Secretaria do Meio Ambiente não tem uma política pública, não tem um programa de educação ambiental para despertar as consciências da população. Porque a população provoca também tudo isso porque está alienada, sem qualquer orientação”.
Preparativo
Na terça-feira (7), os e as organizadores(as) da mobilização se reuniram no ICSEZ/Campus da Ufam em Parintins para debaterem sobre o tema e traçar estratégias para cobrar ações do poder público.
Durante a reunião foram muitos as questões levantadas, dentre elas se “há políticas de enfrentamentos e planos para 2024” e se “existem monitoramentos de dados georreferenciados”.
Na organização da manifestação estão as entidades: TEIA, GRANAV, FOPINECAF, Rally Ambiental, Associação de Mulheres Vitória Régia de Parintins, Associação dos Docentes da Ufam (ADUA), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) e Diretório dos Centros acadêmicos (DCA) do ICSEZ/Ufam.
Fonte: ADUA
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