CAOS DOS CALENDÁRIOS SE CONFIRMA PELO IMPÉRIO DO “CADA UM FAZ O QUE QUER”
O movimento grevista já havia previsto consequências danosas para a vida acadêmica da UFAM, caso as propostas de calendário acadêmico, previamente manifestadas pela PROEG e que foram incorporadas pela Comissão, apreciadas pelo CONSUNI em 14.09.15 e encaminhada às Unidades Acadêmicas, fossem implementadas.
Tais decisões e encaminhamentos têm sido fundamentados em direitos individuais em franco desrespeito ao direito coletivo, adotando, forçosamente, atitudes de assédio e pressão sobre os docentes para dar início à Reposição. Opõem-se a este encaminhamento, os princípios históricos do Movimento de suspensão das atividades acadêmicas, logo após a deflagração da greve, para manter a qualidade do ensino oferecido pela UFAM. Considerando, portanto, a necessidade de garantir que a recomposição do calendário respeite integralmente os princípios adotados historicamente, este CLG defende a REPOSIÇÃO UNIFICADA, construída de forma coerente e sistemática.
Neste momento, várias iniciativas são constatadas no âmbito da UFAM e têm confirmado esta postura pulverizadora do calendário institucional, como demonstram ações isoladas de iniciar a reposição do calendário 2015/1, independente de decisão coletiva da categoria.
A quem interessa este caos? Como ficará a governabilidade administrativo-acadêmica da UFAM? A PROEG está estimulando cada Unidade Acadêmica a ter seu calendário próprio? Como os estudantes irão se dividir em tantas atividades simultâneas e prolongadas? Como será possível imaginar um mesmo aluno em vários locais e disciplinas ministradas simultaneamente? Como esta possibilidade garantirá a qualidade do ensino e sua formação profissional? Como será resolvida a questão do espaço físico? Diante deste quadro de caos no ensino, que esqueceu o regramento institucional (Estatuto e Regimento Geral), pode-se admitir que este tipo de postura também será estendido para as demais atividades de Pesquisa e Extensão?
Alertamos a comunidade acadêmica que aguarde o final da greve e os encaminhamentos da categoria. Docente, não aceite esta pressão e este assédio. Não acate esta postura isolada. A GREVE CONTINUA!
SITUAÇÃO DA CASA DO ESTUDANTE DE MANAUS É GRAVE E PREOCUPANTE
O Comando Local de Greve, em ato ocorrido no último dia 24.09.15, constatou, com indignação, a situação de abandono em que se encontra a construção da Casa do Estudante de Manaus da UFAM. A obra, orçada em 2,2 milhões de reais e cujo prazo de entrega encerrou em agosto de 2013, apresenta portões e cercas quebrados, com grandes aberturas em diversos pontos, cerâmicas e aduelas furtadas, grande quantidade de lixo acumulado no entorno, além de cômodos com indícios de uso frequente por usuários de drogas. Este foi o cenário encontrado por estudantes, técnico-administrativos e docentes naquele ato. O CLG alerta que, tal abandono acarretará enormes prejuízos institucionais, visto que para a obra já foram destinados R$ 1.887.585,48 (86%) do total dos recursos disponíveis, parte dos quais deverá ser reposta, devido aos constantes saques.
Diante desta constatação repercutida na imprensa amazonense, a Reitoria, em nota divulgada no site institucional, ironicamente considera prioridade, em sua gestão, a moradia estudantil, fato esse que pode ser desmentido pela flagrante negligência com a segurança deste patrimônio. Por outro lado, a ação de reintegração de posse impetrada pela Reitoria, exigindo a saída dos estudantes acampados no prédio da Administração Superior parece denotar os limites de sua preocupação com o patrimônio da UFAM. Essa reintegração de posse expõe, também, a contradição entre a suposta defesa de políticas de assistência estudantil, por um lado, e o ataque ao movimento estudantil, por outro, cujas principais reivindicações são exatamente estas. Adicionalmente, causa estranheza a este CLG a alocação de vigilantes para a segurança pessoal da Magnífica Reitora, fato observado durante as últimas reuniões do Conselho Universitário. Isto vem corroborar a visão restrita e limitada de segurança patrimonial da Administração Superior da UFAM, negligenciando a segurança de um bem público que diz considerar prioritário, mas defende com especial atenção seus integrantes e o prédio em que trabalha seu staff.
Chama atenção ainda a nota da Reitoria para o fato de se utilizar claramente de outra construção inacabada – a Casa do Estudante de Itacoatiara – para tergiversar, não apontando, em relação à obra de Manaus, qualquer prazo ou mesmo providência que esteja sendo tomada para a retomada da construção da obra. Mais do que isso, não explica por que deixou de fornecer, publicamente, informações sobre a paralisação das obras desde 2013, pronunciando-se somente após cobranças e denúncias dos manifestantes do ato público. Por fim, este CLG denuncia que, ao negar a vinculação entre os recentes cortes orçamentários e a paralisação das atividades da obra da Casa do Estudante de Manaus, a Reitoria parece esquecer que a entrega da obra dependerá de equipamentos e mobiliário e que os cortes em capital, implementados pelo Governo Federal nas universidades públicas, da ordem de 50%, impossibilitarão sua plena dotação.
(*) transparencia.gov.br/
(**) portaldefinanças.com/INPC_IBGE.htm
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