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CONSUNI recua e aprofunda o caos institucional



O Conselho Universitário (CONSUNI) da UFAM abriu mão, mais uma vez, da autonomia universitária e oficializou o caos institucional, na sua mais recente reunião, ocorrida em 14 de setembro de 2015, no Auditório da Faculdade de Direito, ao apreciar o resultado dos trabalhos de Comissão constituída para planejar e propor a organização do calendário acadêmico.
 
Nesta reunião, o Conselheiro representante da ADUA denunciou que o acordo do qual se originou a Comissão não foi respeitado, pois não foram observados os princípios acordados anteriormente no CONSUNI: reposição de 2015/1, após a finalização da greve, e início de 2015/2 de forma conjunta. Mesmo diante desta denúncia e do pedido de apresentação do vídeo que comprova este acordo aclamado em 03.09 (https://www.youtube.com/watch?v=SOq8oPv2-CE), a presidência do CONSUNI, numa atitude intransigente e autoritária negou sua exibição, pois, nele são explicitados em sua própria fala, os termos do acordo, reiterado pela sua declaração “que vale a pena esperar em nome da universidade”.

No âmbito do CONSUNI foram apresentados, então, dados quantitativos que demonstram uma realidade desconcertante: a - dos 117 cursos de graduação da UFAM, 75 deles (64%) NÃO poderiam começar as atividades de 2015/2 sem que se concluísse a reposição de 2015/1; b – dos 42 cursos restantes (36%) poderiam dar início as atividades, mas mesmo destes, 11 cursos ainda teriam número de disciplinas pendentes que exigiriam planejamentos mais detalhados. Mesmo diante desta realidade os professores proponentes da sentença judicial e os seus apoiadores, numa clara postura em defesa de interesses individuais e inconfessáveis, insistiram em dar início imediato ao 2015/2, desconsiderando todos os prejuízos e impactos na vida acadêmica dos estudantes e se negando ao diálogo, acirrando ainda mais o divisionismo interno.
 
Desde o conteúdo equivocado do ato convocatório até a condução da reunião, já se antevia que a Reitora e presidente do Conselho NÃO permitiria ou instigaria os Conselheiros a discutir a proposta apresentada pela Comissão em qualquer um de seus aspectos e desdobramentos, atropelada e pressionada pelos defensores do início imediato do semestre 2015/2. É indispensável lembrar que não foi oportunizado ao movimento grevista apresentar a sua proposta de reorganização do calendário, construída com base em princípios, na qual os prejuízos são minimizados e se mantém a qualidade do ensino.

A proposta encaminhada pela Comissão é na verdade a mesma que já vinha sendo apresentada pela PROEG e amplamente rejeitada pelo movimento docente na reunião CONSUNI no dia 03.09. O que ocorreu foi que tanto a Presidente do CONSUNI quanto seus apoiadores usaram a Comissão para legitimar a posição original da reitoria na manutenção, a qualquer custo, das datas do calendário acadêmico, posição essa seguidamente denunciada pelo movimento grevista.

Soma-se a esta postura, o fato da Presidente do CONSUNI NÃO ter permitido a manifestação dos estudantes e ter ignorado completamente a informação do Diretório Central dos Estudantes, que cumprindo deliberação do seu Conselho de Entidades de Base, defendeu o posicionamento de que o início do semestre 2015/2 só poderia ocorrer após a reposição de 2015/1. Da mesma forma, não permitiu a manifestação de outros membros da comunidade acadêmica.

O Comando Local de Greve (CLG) dos Docentes responsabiliza diretamente a Reitoria pelo caos instalado na UFAM. A sua omissão na defesa da autonomia universitária e o conluio com aqueles que defendem interesses pessoais e privatizantes fraturaram a UFAM e deixam exposto o descompromisso da administração superior com a garantia das condições de volta à normalidade institucional. Ferindo um dos princípios estabelecidos pela própria Comissão, como encaminhar o reinício do semestre 2015/2, e omitindo dos Conselheiros outras situações e dados alarmantes, e que sequer foram mencionados nesta reunião, a decisão do CONSUNI vai trazer sérios prejuízos aos alunos, a curto, médio e longo prazos.

O CLG reafirma seu compromisso com a defesa da autonomia universitária e que tem estado presente em todos os espaços de diálogo para assegurar permanentemente a luta em defesa da Universidade Pública, gratuita, autônoma e socialmente referenciada. Nesse sentido, os fatos ocorridos no CONSUNI não interferem na continuidade do movimento paredista, e conclamamos a comunidade a participar das atividades, fortalecendo nossa luta.

COMANDO LOCAL DE GREVE DOS DOCENTES DA UFAM


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