Data: 08/09/2015
Um total de 20 mil alunos de quatro campi estão parados desde 28 de maio. Grevistas dizem que governo se recusa a apresentar plano de carreira atrativo.
A greve dos professores e técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) completa 100 dias nesta terça-feira (8). Iniciada no dia 28 de maio, a paralisação tem afetado cerca de 20 mil alunos e 1.800 professores dos campi de Cuiabá, Barra do Garças, Sinop e Rondonópolis. As negociações entre o governo federal e os sindicatos não têm tido grandes avanços.
Segundo o membro do comando local de greve, Maelison Silva Neves, não houve acordo na última reunião realizada entre o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e o Ministério da Educação (MEC), na última quinta-feira (3).
“As negociações estão complicadas por causa da intransigência do governo federal. Eles estão se recusando a apresentar um plano de carreira atrativo para os professores”, afirma.
Ainda de acordo com Neves, a última proposta salarial feita pela união ao professores foi recusada porque era escalonada e não repunha as perdas causadas pela inflação. Um outro encontro entre as duas instituições deve acontecer essa semana.
Entre as reivindicações do movimento grevista estão reajuste salarial de 27%, autonomia das decisões das universidades federais, planos de carreira para os docentes, fim dos cortes de investimento no ensino superior e melhoria nas condições de trabalho.
Segundo o membro do comando local de greve do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos e Administrativos da UFMT (Sintuf-MT), Benedito Ferraz, apenas os serviços essenciais da universidade estão funcionando. “Estamos em um regime de trabalho de 30% onde existe algum tipo de urgência, como o Hospital Veterinário e o Universitário”, explica.
O Restaurante Universitário da instituição, que funciona sob o comando de uma empresa privada, tem funcionado à base de marmitas. A Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Prae-UFMT) tem cadastrado os alunos que pretendem receber as refeições.
A assessoria de imprensa da UFMT informou que a reitora da instituição, Maria Lúcia Cavalli Neder, se mantém aberta ao diálogo. A universidade, de acordo com a assessoria, respeita os direitos dos trabalhadores.
Sobre as mudanças no calendário, a assessoria explicou ainda que somente após o término da greve é que o calendário acadêmico será reformulado. As aulas devem continuar a partir do momento em que pararam. Após a reformulação do calendário, as novas datas de ingresso de novos alunos serão divulgadas.
Histórico
A maior greve das universidades federais aconteceu em 2012 e durou pouco mais de quatro meses. Na época, a paralisação teve inicio no dia 17 de maio. O Andes decidiu pelo retorno às atividades no dia 16 de setembro, totalizando 125 dias.
A segunda maior aconteceu no ano de 2005. Os alunos ficaram 112 dias sem aulas, naquele ano.
Fonte: G1 MT |