ADUA, Sinasefe/AM, Sintesam e SitraAM/RR reuniram-se na terça-feira (03) para marcar o Dia Nacional de Luta em defesa dos Serviços Públicos e da Soberania Nacional, com debate de assuntos de interesse do funcionalismo público federal no Amazonas. A atividade ocorreu no auditório "professor Osvaldo Coelho", na sede da ADUA, e faz parte da Semana de Lutas da Campanha Salarial 2024 e pela derrubada da Contrarreforma Administrativa (PEC 32/2020), que ocorre nacionalmente de 2 a 7 de outubro.
Os encaminhamentos da reunião foram a reconstrução do Fórum em Defesa dos Serviços Públicos do Amazonas e a construção de um cronograma de atividades conjuntas, com ações de formação e mobilizações.
Durante a análise de conjuntura realizada pelos e pelas integrantes das entidades presentes foram destacadas a dificuldade de mobilizar as bases das categorias; desafios nas mesas de negociação com o governo; problemas estruturais e de pessoal das instituições em que atuam; necessidade de formação sindical e renovação dos grupos que atuam nas entidades.
O presidente da ADUA e professor da Ufam, Jacob Paiva, afirmou que o desafio atual está em como reorganizar o movimento da classe trabalhadora. “Sozinhos não daremos conta. Então uma saída pode ser construir espaços coletivos, e isso vai nos exigir um esforço para poder continuar a luta”, afirmou.
Jacob Paiva citou também que de forma geral as entidades nacionais estão buscando se reerguer após a pandemia e as consequências do desgoverno Bolsonaro, que atacou diretamente as instituições de ensino públicas e seus trabalhadores e trabalhadoras. O docente pontuou ações que a ADUA está realizando para informar, mobilizar e tratar da pauta específica da categoria e destacou a importância das ações do Comitê de Lutas da Ufam, formado pelas entidades ADUA, Sintesam e DCE.
O professor do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e coordenador do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação (Sinasefe-AM), José Eurico de Souza, destacou as diversas atividades realizadas no Ifam durante a Semana de Lutas e explicou as dificuldades que estão acontecendo no âmbito nacional das mesas de negociação do “revogaço”, da negociação salarial do funcionalismo público federal e das setoriais que tratam das carreiras das categorias.
O desafio de aumentar o número de filiados(as) e assembleias esvaziadas são também desafios enfrentados pelo Sintesam.
O membro da Coordenação Executiva da entidade e Técnico-Administrativo em Educação (TAE) da Ufam, Diego Castro Squinello, compartilhou a informação de que a categoria dos(as) TAE é uma das que mais sofrem com baixa remuneração, com carreira desvalorizada, extinção e esvaziamento de cargos.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho 11ª Região e do Justiça Federal do Amazonas (SitraAM/RR), Luiz Cláudio Correa, disse que uma das maiores lutas deve ser pela derrubada da Contrarreforma Administrativa (PEC 32), que simboliza real perigo para todas as carreiras.
A 1ª secretaria da ADUA, Ana Cláudia Nogueira, pontuou que os desafios compartilhados pelas entidades são os mesmos vivenciados por diferentes categorias, como baixa filiação, desmobilização da base, que exigem respostas das lutas sindicais e atuações nos espaços institucionais. “Para além de mobilizar, a gente precisa trabalhar com a perspectiva de formação sindical e de novas lideranças”, enfatizou.
Em um desabafo, o TAE, Bruno Trece disse que se espantou com o baixo número de pessoas que estavam na reunião, pois na visão dele, por se tratar de uma mobilização nacional, com participação de diversas entidades, esperava que mais pessoas pudessem estar presentes no auditório. “É esse o nível de desorganização que a gente chegou?”, questionou em tom de crítica.
A docente Danielle Gonzaga (IEAA) destacou as dificuldades trazidas com a realidade da multicampia, que gera perspectivas e métodos diferenciados de luta. A docente endossou a revitalização do Fórum e defendeu que ele seja um espaço que funcione como aglutinador das demandas especificas das diferentes frentes. “Nesse processo de retomada a gente precisa sair desse auditório e ir construir a luta em diferentes lugares”, finalizou a docente.
Os encaminhamentos estão disponíveis também em um vídeo gravado com os membros das entidades, disponível no canal da ADUA no YouTube .
Fonte: ADUA
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