Foi durante o Congresso Nacional de Professores Universitários, realizado em fevereiro de 1981, em Campinas, que nasceu oficialmente a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES). Cerca de 300 delegados, representantes de mais de 70 ADs de todo o país, testemunharam a criação da entidade - comprometida com o movimento docente, com a qualidade do ensino nas universidades públicas, com a conjuntura política nacional e a defesa intransigente da classe trabalhadora.
Em novembro daquele ano, uma greve nacional dos docentes contou com o apoio de vários segmentos da sociedade. No mesmo período, acontecia a I Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras (I CONCLAT), em São Paulo, embrião da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que se constituiria em 1983.
Entre os dias 1º e 5 de fevereiro de 1982, foi realizado o I Congresso Nacional da ANDES, em Florianópolis (SC), com 270 delegados. A atividade foi marcada pela aprovação do estatuto definitivo, em vigor até hoje e com pouquíssimas alterações, com os objetivos precípuos de “congregar e representar os docentes das instituições de ensino superior (IES) de todo o país; expressar as reivindicações e lutas dos professores das instituições de ensino superior nos planos educacional, econômico, social, cultural e político; coordenar e unificar o movimento dos docentes do ensino superior nas iniciaivas de alcance nacional, preservando os interesses regionais e setoriais; fortalecer as Associações de Docentes existentes, respeitando a sua autonomia e incentivar a criação de novas; defender a autonomia da Universidade frente a quaisquer iniciativas impostas por interesses, instituições e órgãos capazes de inibir sua livre atuação e buscar a integração com movimentos e entidades nacionais e internacionais que lutam por princípios que expressam a defesa dos interesses dos docentes”.
Houve também o estabelecimento formal do programa de lutas e a eleição da primeira diretoria, presidida pelo professor Osvaldo de Oliveira Maciel. “Uma das decisões mais importantes para o movimento é, sem dúvida, havermos deliberado no I Congresso, que 1982 seria o ANO DA DEFESA DO ENSINO PÚBLICO E GRATUITO. Torna-se necessário, no entanto, transformarmos isto em realidade”, apontava o relatório final do Congresso.
Fonte: ANDES-SN |