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Movimento paredista protocoliza no MPF-AM denúncia contra Reitora da Ufam



Data: 28/08/2015

Professores, técnico-administrativos e alunos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizaram, na manhã desta sexta-feira (28), ato público unificado em frente à sede do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM), localizada na avenida André Araújo, zona Centro-Sul. O objetivo foi chamar a atenção para a atual situação da universidade, marcada pela perda da autonomia universitária e instabilidade provocada pela reitoria da Ufam, após a deflagração da greve dos docentes e técnicos da instituição.

Durante a manifestação, a diretoria da ADUA protocolizou documento junto à Procuradora Regional dos Direitos do Cidadão, Bruna Menezes Gomes da Silva, contendo série de denúncias contra a reitora Márcia Perales. O texto destaca o descumprimento de atribuições relativas à Administração Superior, como impedir atos de repressão moral ou psicológica contra alunos e docentes que aderiram à greve.

“Além disso, a Reitoria vem pressionando chefes de curso e departamento a disponibilizarem disciplinas para o próximo semestre letivo”, critica o 1 º vice-presidente da ADUA, Lino João de Oliveira Neves. “A reitoria afirma, por meio de entrevistas em jornais e no portal da Ufam, que o semestre 2015/2 deve começar no próximo dia 08 de setembro, ‘doa a quem doer’”, acrescenta Lino João. Ele observa ainda que a situação tende a piorar, já que a reitoria se recusa a dialogar com a comunidade acadêmica e, dessa forma, propor soluções ao impasse sobre o calendário acadêmico.

Some-se a isso a possibilidade de instauração, por parte da Reitoria, de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra técnicos-administrativos e docentes em manifestação legítima de greve. Durante o ato, o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Amazonas (Sintesam) também apresentou documento contra denúncias feitas por gestores da universidade e acatadas pela Administração Superior, com relação às atividades de mobilização realizadas pelos técnico-administrativos.

“No início da greve, fechamos um acordo com o prefeito do Campus. Ele se comprometeu a solicitar nossa autorização para a entrada de serviços essenciais, como a coleta de lixo. No entanto, esse acordo foi desrespeitado”, explica a coordenadora geral do Sintesam, Crizolda Araújo. “É a primeira vez, desde o fim da ditadura militar no Brasil, que a reitoria de uma universidade faz denúncias junto ao Ministério Público em período de greve”, ressalta.

Na avaliação do presidente da ADUA, José Alcimar de Oliveira, o ato serviu para mostrar a força do Comando Local Unificado (CLUG) contra os atos intimidatórios em relação à greve, deflagrada de maneira legal e legítima. “A partir de agora, a Reitoria tem o dever de se manifestar em relação à quebra de autonomia universitária e omissão diante das denúncias de assédio”, afirma. No início de julho, o Tribunal Regional Federal (TRF) concedeu liminar em mandado de segurança que impedia o Consuni de deliberar sobre o calendário acadêmico.

A greve dos docentes da Ufam teve início no dia 15 de junho, três semanas depois da paralisação das atividades dos técnico-administrativos, realizada no dia 28 de maio. Ao final da manifestação desta sexta-feira (28), num ato de luto simbólico, os participantes soltaram balões negros em referência às condições das universidades públicas brasileiras e à intransigência da Administração Superior da Ufam.



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