Data: 12/08/2015
Os técnico-administrativos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aprovaram a continuidade da greve da categoria. A decisão foi tomada em Assembleia Geral (AG) realizada no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), no setor Norte do Campus Universitário, nesta quarta-feira (12), quando a paralisação completa 77 dias. Os servidores da Ufam iniciaram o movimento paredista no dia 28 de maio. Além da instituição, trabalhadores de outras 66 universidades brasileiras estão em greve.
Durante a instância máxima de deliberação da categoria, os técnicos também decidiram intensificar o movimento paredista com ações de impacto para pressionar parlamentares e o governo federal quanto ao avanço nas negociações da pauta de reivindicação dos servidores, sobretudo o índice de reajuste salarial. Negociação que tem como prazo para o entendimento até o dia 21 de agosto, quando será aprovado o orçamento da União para 2016 e início do recesso do Congresso Nacional.
A AG da categoria foi aberta pela coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Amazonas (Sintesam), Crizolda Araújo, que solicitou um minuto de silêncio em homenagem ao servidor Manoel Almeida Reis, lotado na Prefeitura do Campus Universitário (PCU). Em seguida Crizolda fez um balanço das ações realizadas pelo Comando Local Unificado de Greve (CLUG), cujas atividades são desenvolvidas em parceria com os professores – em greve desde o dia 15 de junho – e os estudantes da instituição.
O destaque foi para o ato público realizado no Bosque da Resistência, na última quarta-feira (5), quando houve fechamento da entrada de veículos, uma assembleia em conjunto e ainda passeata até a reitoria da Ufam. A coordenadora ressaltou ainda o debate que vem sendo travado sobre os problemas enfrentados pelos servidores do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) diante da atual administração da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o que já levou alguns a pedirem transferência de lotação via judicial.
O integrante do Comando Local de Greve (CLG) dos técnicos, Sebastião Cabral, que atuou como representante do Amazonas no Comando Nacional de Greve (CNG) da categoria, fez uma explanação do cenário da greve e do andamento das negociações com os Ministérios da Educação e Cultura (MEC) e do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Cabral destacou o fato de as forças políticas, que compõem a Fasubra, terem unificado as ações na construção da greve, o que resultou na paralisação de quase 100% da categoria no país. Ele também falou sobre a mudança de estratégia do CNG que vem concentrando forte pressão no Congresso Nacional, com atos que resultaram em pressão ao MEC até mesmo por parlamentares da base aliada. “Precisamos manter a greve nesse momento de desfecho das negociações para não enfraquecer a Fasubra na mesa de diálogo. O governo não está preocupado com a categoria, mas sim, com a situação política dele. A greve não acabou”, bradou.
Em seguida a AG aprovou a indicação do nome de Ronaldo Pontes como novo delegado do Amazonas a integrar o CNG/Fasubra, em substituição a Ronaldo Vitoriano, que volta a Manaus no dia 15. A categoria aprovou ainda o calendário de greve para a semana, incluindo uma assembleia no prédio da reitoria.
Imagem: Arquivo ADUA
Fonte: Sintesam |