Data: 12/08/2015
Neste 11 de agosto, movimentos da juventude e populares saíram às ruas em diversos estados do país, em protesto contra a redução da maioridade penal, os cortes da educação, o ajuste fiscal, as demissões e o arrocho salarial que afeta a vida dos trabalhadores. A mobilização ditava a indignação diante de todas essas medidas do governo Dilma e as alternativas e investidas da direita.
Em São Paulo, a CSP-Conlutas esteve presente em um ato que terminou no centro da cidade, passando pela rua 11 de agosto, simbólica para a manifestação que acontecia.
Estiveram presentes movimentos da juventude como a Anel, o Juntos, a UEE São Paulo, Rede Emancipa, Umes, CST – PSOL, Esquerda Marxista, Oposição da União Nacional dos Estudantes, RUA – Juventude Anticapitalista, Vamos à Luta, União da Juventude Comunista,Construção e outros, além dos movimentos de trabalhadores em luta como o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, os demitidos da GM, com um grupo enviado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, as guerreiras do Movimento Mulheres em Luta (MML) e outras organizações e partidos de esquerda.
Silvia Ferraro, do MML e representando a CSP-Conlutas, destacou a importância de construir um terceiro campo para a classe trabalhadora, e de lidar com a falsa polarização política atual. “Estamos hoje nas ruas porque não vamos pagar pela crise. Isso é culpa do governo Dilma, culpa do Congresso Nacional, dos banqueiros. Não estaremos nas ruas no dia 16, no ato chamado pela direita, nem no dia 20, quando acontecerá o ato chamado pelos governistas”, pontuou.
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Arielli Tavares, da Anel, falou também sobre a transfobia em tempos de Congresso Nacional ultraconservador, dizendo aos manifestantes sobre a necessidade de “destacar a presença da companheira Viviany Beleboni, transex vítima de transfobia, que realizou um protesto legítimo durante a última Parada Gay de São Paulo, e que foi vítima de uma violência que não pode mais ser admitida. No dia em que estamos na rua lutando contra os conservadores como Cunha, os que tentam encarcerar a juventude negra, também é preciso que se diga que não aceitaremos a transfobia e o preconceito neste país”.
Metalúrgicos demitidos da GM no ato
Um grupo de trabalhadores demitidos da General Motors de São José dos Campos esteve presente no ato do 11 de agosto, reforçando a bandeira de defesa dos empregos e contra o governo atual de Dilma. Célio Dias, do Sindicato de Metalúrgicos de São José dos Campos, relatou durante o ato que os trabalhadores decidiram hoje, em assembleia, manter a greve até que os demitidos sejam reintegrados pela empresa. “Mais uma vez sofremos um ataque da empresa, junto com o governo, junto com o patrão e a burguesia desse país. Precisamos exigir das centrais sindicais, que ainda estão atreladas ao governo, que rompam imediatamente, e que venham a somar nesta luta com a classe trabalhadora para construir uma greve geral”, discursou Célio durante o ato.
Dois metalúrgicos da GM, que preferiram não se identificar por medo de perseguição da patronal, disseram que os demitidos, enquanto parte dos funcionários estava em lay-off, trabalharam com a pressão de produzir mais para compensar a falta de empregados. “Se antes produzíamos 18 por hora, com o lay-off produzimos 25 por hora. A exportação vai bem, para países como Argentina, Uruguai. Não há crise ou baixa de vendas no setor. Não há justificativa para as demissões”, desabafou um dos demitidos, que tem no currículo 15 anos de empresa.
Outro metalúrgico mostrou os calos nas mãos ao relatar o trabalho mais intenso do último período na fábrica. Ele, que trabalhava há 25 anos na GM, comentou que passou o dia dos pais no sindicato, com o telegrama de informe da demissão nas mãos, para saber como se mobilizar para garantir seu emprego de volta. “Eles nos trataram como se fôssemos cães sarnentos. Não tiveram a capacidade de nos chamar para falar das demissões. Mas a categoria está se articulando e disseram que nenhum carro sai da fábrica até que sejamos readmitidos”, comentou.
Atos pelo Brasil
A Anel acompanhou as mobilizações que aconteceram no país inteiro, contando com importantes cidades realizando atividades com a população e nos espaços públicos e acadêmicos.
Entre elas, Porto Alegre, Natal, Rio de Janeiro e o Distrito Federal. Confira abaixo um resumo dos atos pelo Brasil:
PERNAMBUCO
Em Recife, estudantes fizeram ato e conversaram com a população no Marco Zero.
NATAL
Ocorreu debate sobre a dívida pública do país, que consome quase 50% do nosso orçamento, com a presença de José Menezes, da Auditoria Cidadã da Dívida. O evento foi organizado em parceria com o ANDES e SINTEST RN.
BRASÍLIA
Nesta terça-feira (11) a juventude livre esteve no Congresso Nacional para manifestar a indignação contra Cunha e todos os políticos corruptos.
PORTO ALEGRE
Depois um grande ato realizado pela Anel, houve o trancaço no IFCH/UFRGS em solidariedade a greve. A iniciativa partiu do Centro de Estudantes de Ciências Sociais, com apoio do DCE e do Comando de Mobilização Estudantil da UFRGS. Dia 19 tem assembleia geral de estudantes na universidade.
RIO DE JANEIRO
Depois de um forte ato que andou da Cinelândia aos arcos da Lapa, o movimento realizou uma grande aula pública contra os cortes de Dilma na educação e a redução da maioridade penal. O ato unificou estudantes da UFRJ, UFF e Unirio.
SALVADOR
Passeata dos estudantes e professores pelas ruas de Salvador. Mais de 300 ativistas na luta contra os cortes de verbas e o ajuste fiscal de Dilma, a direita e o Congresso Nacional.
ARACAJU
Estudantes e professores da rede estadual participaram do ato unificado em Aracaju. Cerca de 2000 pessoas estão nas ruas para dizer não ao corte do orçamento de Dilma e não à redução da maioridade penal! Houve também o debate “Pátria educadora pra quem?”, com os comandos locais, IFS E UFS. Professores, técnicos e estudantes debateram os impactos dos cortes de Dilma na educação. Aconteceu ato em frente à Ufal junto aos técnicos administrativos chamando atenção da população contra os cortes de Dilma na educação e contra a redução da maioridade penal. A atividade faz parte do “Agosto Vermelho” – ação de intensificação das greves em curso.
BELÉM
Manifestação que propunha uma reunião com o Governo do Estado para questionar cortes nas verbas para a educação e discutir melhorias para escolas da rede estadual de ensino.
CURITIBA
O ato unificado da UFPR foi vitorioso. Houve trancamento nos cruzamentos da universidade e diálogo com a população sobre o movimento grevista.
SÃO LUÍS
Neste dia nacional de lutas, o Comitê Popular Contra a Redução da Maioridade Penal, composto pelo Quilombo Urbano, ANEL, Quilombo Raça e Classe, CSP-Conlutas, Luta Popular e diversas entidades do movimento social, ocupou a praça do centro de São Luís pra dialogar com os trabalhadores e a juventude sobre a necessidade de lutar contra a redução da maioridade penal que legitima o genocídio da juventude negra e pobre.
CAMPINAS
A Anel e a Oposição de Esquerda da UNE iniciaram a manhã com muita disposição de luta, fazendo uma panfletagem para divulgar o dia 11 e o ato contra os cortes do governo federal na educação e contra a redução da maioridade penal.
BELO HORIZONTE
O DCE da UFMG e centenas de estudantes se somaram ao ato de greve dos técnicos administrativos que percorreu o centro da cidade em defesa da saúde e da educação. Marchamos contra o corte de verbas, o ajuste fiscal e contra a redução da maioridade penal.
SANTA CATARINA
Ato na recepção de calouros da UFSC construído pelo Bloco de Lutas em unidade com os TAEs e Professores em greve. Os estudantes protestaram contra a falta de orçamento, cortes na bolsa moradia e o congelamento dos editais de permanência, que tem afetado o início das aulas.
Fonte: CSP-Conlutas
Com informações da Anel |