Com o mote “Conquistar, manter e ampliar direitos”, docentes e Técnico-Administrativos(as) em Educação (TAEs) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizaram, na manhã desta quinta-feira (10), uma panfletagem no Bosque da Resistências (em frente ao campus), em Manaus. O ato público faz parte da programação do Dia Nacional de Luta da Campanha Salarial 2024. Os servidores e as servidoras reivindicam salários dignos, carreiras valorizadas e recomposição orçamentária das universidades.
Com a terceira reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) agendada para o mesmo dia, as entidades que lutam em defesa do funcionalismo realizaram em todo o país atividades que visam pressionar o governo, que deve apresentar a contraproposta em relação aos índices de recomposição salarial reivindicados pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras.
Os índices de reajuste salarial propostos pelas entidades representativas do funcionalismo público federal são de 53,71% para TAEs e 39,92% para docentes. Com as ações nacionais, a categoria mantém posição firme na busca por melhores condições para os e as profissionais da educação e para a educação pública como um todo.
O presidente da ADUA, Jacob Paiva, enfatizou que a categoria do funcionalismo público sofre perdas salariais históricas acumuladas, sendo necessário ir às ruas para pressionar o governo a se comprometer com a garantia do bom funcionamento dos serviços públicos.
“A nossa luta hoje, aqui e em todo o Brasil, é para que o governo federal faça uma proposta decente em relação às nossas perdas, que estão enormes, recomponha o orçamento das nossas instituições e valorize a carreira do nosso magistério. É por isso que chamamos os professores e as professoras hoje, para que entrem nessa mobilização, e possamos garantir um efetivo aumento do nosso salário”, explicou Jacob Paiva.
À medida que estudantes e servidores chegavam ao campus e para os e as que passavam em carros e motocicletas, eram compartilhados discursos sobre os ataques dos governos à educação e ao serviço público, enfatizando a importância de investimentos financeiros no sistema educacional para garantir a qualidade do Ensino Superior.
“Apenas se tem uma universidade de qualidade quando se investe prioritariamente financeiramente no sistema de ensino e em políticas públicas significativas”, afirmou a 2ª secretária da ADUA, Jocélia Barbosa.
“Nosso ato é de luta em defesa da educação pública no Brasil, em um momento importante de discussão de planejamento para 2024. Portanto, as entidades que representam o funcionalismo federal decidiram realizar atos para que possamos garantir orçamento para o ensino público, para as universidades, para pesquisa e reajuste salarial em 2024", afirmou a TAE aposentada, Ana Grijó.
Além das reivindicações salariais e orçamentárias, o panfleto distribuído no evento destacou a importância da revogação do "Novo Ensino Médio", que dificulta o acesso de estudantes de escolas públicas à universidade. Também foram mencionadas necessidades como melhores condições de trabalho, realização de concursos públicos, ampliação de restaurantes universitários, residências estudantis, laboratórios e salas de aula.
“Apesar de ser um governo progressista, com o qual há diálogo, ele continua cedendo aos interesses do capital. Nós somos da classe trabalhadora, movimento sindical unido, e estamos aqui na luta, que é nosso direito”, disse o TAE e membro da executiva do Sintesam, Diego Squinello, que denunciou a escassez de materiais e as dificuldades na manutenção de equipamentos, devido ao arrocho orçamentário. Ele ressaltou ainda que a mobilização também é um movimento pela derrubada da Contrarreforma Administrativa (que desmonta os Serviços Públicos), contra o Arcabouço Fiscal (que cria um limite de despesas com áreas sociais) e outras medidas do governo que atacam a classe trabalhadora.
A manifestação foi encerrada com a convocação para que sejam fortalecidas paras as próximas atividades da agenda de lutas, como a participação na assembleia da ADUA, convocada para o dia 17 de agosto, às 15h, no auditório da Seção Sindical. Além disso, na sexta-feira (11), todos e todas são convidados a participar dos atos do Dia do e da Estudante, reivindicando ampliação do direito de acesso e permanência estudantil, melhoria no transporte, restaurante universitário, bolsas de pesquisa, entre outros pontos para garantir a educação com qualidade socialmente referenciada.
Fotos: Daisy Melo/ Ascom ADUA
Fonte: ADUA
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