Data: 10/07/2015
Realizada nesta sexta-feira (10) no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a feira literária “Ajuri da Autonomia” teve ampla participação das mulheres na programação preparada pelo Comando Local de Greve (CLG) dos docentes da universidade. Elas não eram só maioria entre o público: dos doze títulos lançados durante a atividade, nove são obras produzidas por professoras da instituição.
As autoras estiveram na feira e atenderam aos pedidos de autógrafo e de fotografia do público que compareceu ao Ajuri da Autonomia. “São dissertações de mestrado, teses de doutorado e trabalhos de pesquisa em conjunto. Seu volume, qualidade e diversidade refletem o alto nível da produção e o grande comprometimento destes professores e professoras com a divulgação do conhecimento que é a marca da universidade pública”, disse a professora de História Patrícia Sampaio. A docente relançou “Os fios de Ariadne: fortunas e hierarquias sociais na Amazônia, século XIX”.
Os livros são das mais variadas áreas do conhecimento, como geografia, direito, antropologia, administração, educação ambiental, literatura e dramaturgia, como a obra “Nós atados”, da professora Nereide Santiago. “Esse livro é fruto da minha experiência teatral e enfoca um espetáculo que montamos em Manaus nos anos de 2008 e 2009”, explicou a autora.
Entre as obras, destaque também para trabalhos que dão vez e voz às mulheres, como o título “Gênero e Imprensa na História do Amazonas”, Maria Luiza Ugarte, organizado a partir da documentação disponível no Laboratório de História da Imprensa no Amazonas da Ufam. “A ideia do livro foi trazer, a partir da pesquisa em periódicos publicados no Amazonas entre 1850 e 1970, representações do feminino, de vozes que ficaram mudas durante muito tempo, de vozes que foram caladas e cujo silêncio não só é delas, mas da historiografia”, disse.
Ajuri da Autonomia
A feira literária ‘Ajuri da Autonomia’ foi organizada a partir de doações e do esforço coletivo de professores em defesa da autonomia, do conhecimento e da livre crítica na universidade. A atividade faz parte da programação do movimento paredista, que tem caráter de ocupação. Durante a atividade, houve ainda exposições de telas e de fotografias.
A proposta é que a feira literária Ajuri da Autonomia se torne um evento permanente do calendário de atividades de greve e percorra outras unidades na sede da Ufam.
Confira lista com os demais títulos lançados
- Ensaios Filosóficos, de Rosa Mendonça de Brito;
- Um localismo universalizado: a formação de professores, mestres e doutores na Faced/Ufam, de Rosa Mendonça de Brito;
- Percepção e representação gráfica: a geograficidade nos mapas mentais dos comandantes de embarcações no Amazonas, de Amélia Regina Batista Nogueira;
- Vozes do feminino, organizado por Elsa Otília Heufemann;
- Nossos saberes: arte, cultura e histórias indígenas no Alto Rio Negro, organizado por Lilia Valessa Mendonça e Silva;
- Ecoturismo indígena: Território, sustentabilidade e multiculturalismo, de Ivani Ferreira de Feria;
- Folhas Soltas 6, do Departamento de Antropologia;
- El oro em Bolívia: mercado, produción e médio ambiente, organizado por Pablo Povedo Ávila, Neyer Nogales Vera e Ricardo Calla Ortega;
- La economia del oro: ensayos sobre la explotacíon em Sudamérica, organizado por Pablo Povedo, H´pecto Córdova, Alyandro Pulido, William Sacher, Lino João de Oliveira, Estefanía Daró e Pía Marchegiane.
Fonte: ADUA |