A ADUA somou forças, na manhã desta terça-feira (27), no ato organizado pela Frente Contra o Novo Ensino Médio de Manaus, que ocorreu em frente à sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), na zona sul. Com participação de estudantes do Ensino Médio e universitários, professores e professoras, a mobilização pressiona pela revogação desse projeto que traz graves retrocessos ao ensino e aprendizagem de crianças e jovens brasileiros e brasileiras.
“O Novo Ensino Médio foi uma imposição articulada após surgimento deste grupo mais à direita e que depois assumiu um caráter mais fascista que traz embutida a reprodução das desiguldades no nosso país, com o discurso de que cada estudante poderá escolher seu itinerário formativo, mas que, na prática, significa que os filhos e as filhas da classe trabalhadora terão acesso a um conteúdo limitado no Ensino Médio. Isso é uma questão histórica no nosso país", disse o presidente da ADUA, Jacob Paiva, durante o ato.
Com palavras de ordem e cartazes e faixas em punho, os e as manifestantes alertaram a sociedade sobre os prejuízos do NEM para qualidade da educação dos filhos e filhas da classe trabalhadora. Durante o ato também foram distribuídos para a população panfletos sobre os impactos do NEM que teve a implementação das mudanças suspensa para realização de consulta pública.
A estudante do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Ruth Prestes Gonçalves, Valéria Nogueira, de 16 anos, contou, durante a manifestação, sobre a sua experiência com o NEM. Segundo ela, foi diminuído o tempo de aula de disciplinas como Biologia e Química que são cobradas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e que foram substituídas por aulas como “Projeto de Vida” e “Cultura Digital”. “Essas matérias não agregam em nada no nosso currículo, e os próprios professores não tem preparo para dar essas matérias”, contou.
Outro problema gerado com o NEM, segundo a estudante, é que os tempos de aula passaram de cinco para sete, sendo os dois últimos online. “No caso, isso não funciona na prática porque eu, por exemplo, moro longe da escola, e demoro uma hora e meia para chegar em casa, que já é o tempo do ensino remoto”, relatou, frisando que por todos esses motivos ela é a favor da revogação imediata do NEM.
A Frente Contra o Novo Ensino Médio de Manaus é uma organização suprapartidária e democrática. O grupo agrega integrantes dos Centros Acadêmicos da Ufam de Pedagogia, Ciências Sociais e Língua Francesa. O Centro Acadêmico de Biologia do Ifam, o Grêmio Estudantil Empoderamento Juvenil, a Liga Acadêmica Gabriel Pimenta, o Comitê de Apoio ao Jornal A Nova Democracia do Amazonas e a ADUA.
Fonte: ADUA
Fotos: Daisy Melo/Ascom ADUA
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