Data: 26/06/2015
Nesta quinta-feira (25), servidores públicos federais foram às ruas em várias cidades para marcar o Dia Nacional de Lutas, Paralisações e Mobilizações dos Servidores Públicos Federais (SPF). Em todo o país, ocorreram mobilizações e atividades com o intuito de dar visibilidade à Campanha Salarial Unificada 2015 dos SPF, e divulgar a pauta unificada junto à população. As seções sindicais do ANDES-SN participaram e organizaram atos em vários estados, juntamente com as demais categorias do funcionalismo público.
Em Brasília (DF), os SPF realizaram um ato, pela manhã, na Câmara dos Deputados no Dia Nacional de Luta dos SPF. Além da pauta comum da Campanha Salarial, os manifestantes chamaram a atenção para a greve dos docentes das Instituições Federais de Ensino (IFE). O ato ocorreu em frente o Auditório Nereu Ramos no seminário "O PNE e o Futuro da Educação Brasileira", que avaliou o primeiro ano de vigência do Plano Nacional de Educação (PNE - Lei 13.005/14), aprovado pelo Congresso Nacional, com a presença do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro; e do secretário executivo do Ministério da Educação, Luiz Claudio Costa. Impedidos de entrar no local, os servidores entoaram palavras de ordem e músicas com críticas não só ao PNE, mas também contra a política de ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff que vem afetando toda a população brasileira.
“Queremos alertar a sociedade que esse plano não serve para o desenvolvimento brasileiro, uma vez que a concepção de educação que está presente nele é voltada para o interesse do mercado, onde o estado brasileiro vai repassar verbas publicas para o ensino privado. É uma visão aligeirada de formação das crianças e dos jovens e na formação, também, de professores por meio do uso do Ensino à Distância (EAD). Isso compromete muito o desenvolvimento de uma educação pública e de qualidade”, ressaltou Jacob Paiva, diretor do ANDES-SN e representante do Comando Nacional de Greve dos docentes federais.
Jacob Paiva explicou que a manifestação é parte do processo de mobilização e divulgação das pautas do movimento de greve dos docentes das IFE. “Nós conseguimos hoje colocar o nosso Comando Nacional de Greve junto com os companheiros da Fasubra, e conseguimos expressar as nossas críticas, a sociedade e aos políticos, a essa política governamental do ajuste fiscal e de encurtamento dos recursos públicos para os servidores públicos para fortalecer cada vez mais a iniciativa privada por meio das Parcerias Público-Privadas (PPP) ou mesmo da privatização direta de alguns serviços públicos”, disse.
Os manifestantes ainda continuaram os protestos pelos corredores da Câmara Federal e receberam o apoio dos transeuntes e trabalhadores da Casa legislativa. Ainda na capital federal, durante a tarde, o Fórum dos SPF, e outras entidades sindicais se reuniram com Sérgio Mendonça, secretário de relações de trabalho no serviço público do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), para negociar sua pauta de reivindicações.
Confira algumas das mobilizações realizadas pelas Seções Sindicais:
Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), docentes, técnico-administrativos e estudantes realizaram panfletagem junto à comunidade universitária e aos usuários do Hospital Universitário. Os dois principais ataques realizados pelo governo federal neste primeiro semestre de 2015 foram explicados, como o corte de R$ 9,4 bilhões na Educação e o Projeto de Lei das terceirizações (PLC 030/2015), antigo PL 4330/04, que tramita no Senado. Na Universidade Federal do Maranhão (Ufma), a comunidade acadêmica realizou ato em defesa da universidade pública na entrada no campus universitário e depois se reuniu aos demais servidores públicos federais em atividades na capital.
Na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), a comunidade acadêmica se juntou aos demais servidores públicos federais na passeata que ocorreu na região central da capital sul-mato-grossense. Os três segmentos estão em greve por tempo indeterminado. Os manifestantes saíram às ruas com réplicas de dois caixões fúnebres cobertos por faixas e bandeiras de protesto contra a dura política econômica do governo federal e a precarização do serviço público decorrente das medidas de arrocho adotadas pela presidente Dilma Rousseff. Na tampa de um dos ataúdes, um clamor à equipe econômica do governo central: “Não ao corte de verbas”.
Na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), representantes da comunidade acadêmica se reuniram na principal praça da cidade, Tiradentes, em ato público em defesa da educação e da universidade pública com o intuito de apresentar à sociedade as reivindicações locais e nacionais dos servidores públicos federais. No Instituto Federal do Piauí (Ifpi), o Sindicato dos Docentes do Ifpi (Sindifpi –Seção Sindical do ANDES-SN), promoveu ato cultural no Dia Nacional de Lutas e Mobilizações com café da manhã e música.
No Rio de Janeiro, os docentes da UFRJ, Unirio e UFF participaram do ato dos Servidores Federais no centro da capital fluminense. A marcha saiu da Candelária rumo à Cinelândia, pela Avenida Rio Branco e contou com a participação de cerca de mil manifestantes.
Em São Paulo, mais de 30 mil pessoas participaram de um ato na avenida Paulista - convocado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), junto com centrais sindicais, sindicatos e diversos movimentos sociais - contra o ajuste fiscal do governo federal, os recentes ataques aos direitos dos trabalhadores, a redução da maioridade penal e em defesa de um programa de reformas populares para o país. Os manifestantes também reivindicaram um projeto para a taxação das grandes fortunas, redução da jornada sem redução de salários e garantia dos direitos sociais.
O Dia Nacional de Lutas faz parte do calendário nacional de mobilização dos SPF. Neste domingo (28), os servidores avaliarão conjuntamente a reunião com o Mpog e prepararão um calendário de ações até o próximo encontro com os representantes do governo federal, marcada para o dia 7 de julho.
Imagens de Adufop-SSind, Apruma-SSind e Sedufsm-SSind.
Fonte: ANDES-SN |