Mesmo com as diferenças que evidenciam o caráter plural da composição do ANDES-SN desde sua origem, a conformação de chapas únicas na entidade foi possível até 1986 – ano em que a conjuntura política cristalizava divergências e passava a exigir posicionamento claro em relação aos cenários que se avizinhavam: exigir eleições diretas ou aceitar a proposta conciliadora de legitimar a sucessão via colégio eleitoral.
Formaram-se então duas chapas, com concepções sindicais divergentes: a ANDES-AD, encabeçada pelo professor Newton Lima Neto, e a ANDES, Hoje – Em Defesa da Universidade, liderada por Paulo Rosas.
Vitorioso, o primeiro grupo passa a conduzir a luta pelas Diretas Já e, posteriormente, pela convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte livre e soberana. Os docentes se engajaram ao lado da OAB, CNBB, e de dezenas de outras entidades que converteram a ANC no principal pólo de articulação política entre o plano partidário e as organizações da sociedade civil para promover a redemocratização do país. A partir dos primeiros meses do ano formaram – se, em nível regional e estadual, e posteriormente nacional, os comitês Pró – Constituinte.
Contudo, com a tentativa do governo em obstruir sua organização autônoma, os docentes decidiram, ao final do 5º Congresso da ANDES, realizado em Salvador em janeiro daquele ano, “denunciar forte e sistematicamente o caráter da Constituinte que vamos ter; atrelada e comprometida com a consolidação do poder estabelecido e, portanto, comprometida com o travamento das mudanças pelas quais nosso movimento vem lutando” e “reafirmar sua posição de apoio a uma Constituinte, livre, soberana e executiva, precedida da remoção do entulho autoritário”.
Entre as principais deliberações do Congresso, estavam a elaboração de uma plataforma educacional articulada com a plataforma mais geral dos trabalhadores para a Constituinte, a luta para eleições diretas para presidente e o incentivo à organização de Comitês Constituintes, como por exemplo, o comitê de Educadores Pró – Constituintes popular.
GERES
Em 1986, o MEC (na figura do então ministro da educação Marco Maciel) cria o Grupo Executivo para a Reformulação da Educação Superior – GERES, que enfatiza a necessidade de avaliação das Instituições de Educação Superior com vistas à obtenção de resultados. Nasce aí o concepção de segmentação das IFES entre o que passou a ser classificado de “colegiões de terceiro grau e centros de excelência” e o germe das políticas de avaliações ranqueadoras da década de 90.
A ANDES apresenta, como contraponto a esta iniciativa do governo, a “Proposta das Associações de Docentes e da ANDES para a Universidade Brasileira”, contida nos Cadernos ANDES nº 2, em que a avaliação é entendida como instrumento de aperfeiçoamento do ensino, da pesquisa e da extensão, livre do caráter punitivo e da competição desagregadora.
Fonte: ANDES-SN |