Data: 29/05/2015
Docentes, técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizaram um ato público na manhã desta sexta-feira (28), na entrada do Campus Universitário, contra as terceirizações, as medidas de retirada de direitos dos trabalhadores e ainda o corte de recursos dos serviços públicos, sobretudo da Educação.
Os participantes da manifestação ficaram cerca de dez minutos na pista de acesso à universidade e depois deram um abraço simbólico no Bosque da Resistência, mostrando o movimento que a comunidade acadêmica está construindo para defender a universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. Durante toda a manhã eles também fizeram duras críticas ao governo federal.
De acordo o presidente da ADUA, professor José Alcimar, o ato faz parte da agenda dos servidores públicos federais e já estava programado desde o início do mês. “Não só os professores das instituições federais de ensino, mas os trabalhadores das diversas categorias promovem uma manifestação em todo o país contra os cortes no orçamento, por parte do governo federal”, explicou.
Ajustes que, ressalta Alcimar afetam diretamente o setor da Educação. “Sem esses ajustes, as universidades federais já estão vivendo uma verdadeira situação de caos. O que está ocorrendo na Universidade Federal do Rio de Janeiro não é uma situação particular. Se repete em todas as universidades federais”, afirmou o docente, referindo-se à falta de recursos para pagamento dos trabalhadores terceirizados, para manter as instalações em pleno funcionamento e ainda para a garantia da permanência dos estudantes na universidade.
“As verbas não estão chegando para cobrir as despesas da universidade. Muitos alunos estão sem aula, laboratórios estão fechados e os prejuízos para a educação já são grandes”, disse a professora da Faculdade de Psicologia Ana Cristina Martins, acrescentando que o ato desta sexta é um alerta para o governo federal. “Reivindicamos efetivamente a abertura de negociação com os trabalhadores da educação que, até hoje, não ocorreu”, destacou.
Em greve desde esta quinta-feira (28), os técnico-administrativos em educação eram o segmento mais expressivo durante a manifestação. Segundo a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), Crizolda Araújo, a categoria luta contra um acúmulo de situações negativas vivenciadas na universidade.
“Nós temos problemas de assédio moral, de estrutura de trabalho e da ordem do plano de carreira da categoria, que tem hoje o menor piso salarial do serviço público federal”, informou. Crizolda acrescentou que os técnicos reivindicam ainda um step – diferença entre um nível e outro – de 5%, promessa do governo federal à categoria feita em 2005. “O governo prometeu chegar a esse percentual em dez anos e até agora nada!”, destacou. Conforme a coordenadora, a categoria está em greve na sede da Ufam e nas unidades acadêmicas do interior.
Para o estudante do 5º período de Economia, André Nascimento, a luta dos trabalhadores é justa e precisa ser fortalecida. “Nessa conjuntura de ataques aos trabalhadores, com MPs e PLs que retiram direitos, as categorias precisam de apoio. É preciso que a gente lute hoje para garantir o amanhã”, disse. “O corte de aproximadamente nove bilhões de reais reflete diretamente nas atividades da universidade”, completou o acadêmico do 1º período de História, Diego Soares.
Fonte: ADUA |