Data: 27/05/2015
Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) estão em estado de greve/assembleia permanente e paralisam nesta sexta-feira (29). Essas decisões foram tomadas em Assembleia Geral Extraordinária realizada pela ADUFMS na manhã desta terça (26). Os professores e as professoras também aprovaram indicativo de greve para 15 de junho.
Nas reuniões que as representações nacionais têm mantido com o governo federal não houve avanços nas negociações das propostas apresentadas pelo conjunto das instituições federais de ensino superior (Ifes). “De resposta concreta, não houve nenhuma”, explicou o diretor-financeiro da ADUFMS, professor Marco Aurélio Stefanes.
A próxima assembleia acontece no dia 0 de junho, quando os docentes da UFMS vão avaliar outros posicionamentos dos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e da Educação (MEC) que possam surgir até lá. Caso não haja resposta satisfatória por parte do governo federal, a docência da UFMS vai discutir, na assembleia de 10 de junho, a antecipação do indicativo de greve.
Entre as atividades programadas para esta semana na Federal de Mato Grosso do Sul estão atividades que serão desenvolvidas pelo Sindicato e pelos docentes que visam à mobilização de estudantes e técnicos administrativos em torno de questões comuns aos três segmentos, como manifestações anticorte de 35% das verbas destinadas à Educação, antiterceirização e a favor de uma política que propicie condições para que não ocorra evasão de alunos/as da UFMS, como moradia estudantil, aumento no valor e no número de bolsas destinadas a graduandos e graduandas.
Os estudantes têm apontado redução do número de bolsas concedidas na UFMS. A movimentação desta semana culmina com ato público e paralisação na próxima sexta-feira 29.
No plano salarial, ancorado pela necessidade de reestruturação da carreira, professores e professoras da UFMS decidiram, em abril deste ano, defender as reivindicações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) entregues ao MPOG e ao MEC. A proposta do Sindicato Nacional redimensiona os vencimentos iniciais com base no salário mínimo calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que em fevereiro deste ano foi de aproximadamente R$ 3,1 mil.
De acordo com o Sindicato Nacional, esse seria o piso salarial de um docente iniciante 20 horas. O professor em início de carreira, com 40 horas, passaria a ganhar, em 2016, R$ 6,2 mil. O DE mestre iniciaria com seus vencimentos reajustados para R$ 9,6 mil. Já a professora e o professor DE doutor começariam ganhando R$ 16,2 mil.
Stefanes: “De resposta concreta, não houve nenhuma”
O diretor-financeiro da ADUFMS, professor Marco Aurélio Stefanes, tem argumentado que a reestruturação da carreira docente nas Ifes é estratégica nas negociações. De acordo com Stefanes, parte dos salários dos docentes é constituída de gratificações, o que torna a categoria ainda mais vulnerável. Sem readequação da carreira em bases consistentes (assumida oficial e legalmente), a qualquer momento o governo pode tirar esses adicionais.
Fonte: ADUFMS |