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Nem sim, nem não: Assembleia dos professores da Ufam sobre a greve é suspensa



Data: 26/05/2015

Nem sim, nem não. A Assembleia Geral dos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), para deliberar sobre a deflagração da greve da categoria, foi suspensa nesta terça-feira (26) em virtude da falta de consenso sobre o cômputo dos votos dos docentes lotados nas unidades acadêmicas fora da sede. Docentes de Benjamin Constant, Coari, Humaitá e Parintins realizaram assembleias e remeteram os votos para contabilização na AG em Manaus.

Em virtude da suspensão da instância máxima deliberativa da categoria, a diretoria da ADUA já está estudando medidas para acolhimento da decisão dos professores dos outros campi da Ufam, antes de proceder a votação sobre a deflagração da greve. “Tratam-se de docentes da mesma instituição e com os mesmos direitos. Não se trata de voto por procuração, porque os companheiros que lá se reuniram em assembleia, discutiram e deliberaram a decisão, registrada em ata, e enviaram as listas com as assinaturas, mantendo a transparência do processo”, ressaltou o presidente da seção sindical, professor Alcimar Oliveira.

O docente refuta qualquer tentativa de golpe durante a AG. “Seria um golpe desconsiderar o voto os companheiros de fora da sede, pois pertencemos à mesma categoria”, destacou. “Em razão da distância geográfica, eles não teriam como se fazer presentes na AG em Manaus. Além disso, suas deliberações têm validade”, completou.

O presidente da ADUA também descartou qualquer possibilidade de comparação das Assembleias das unidades de fora de sede com as Reuniões Setoriais, realizadas na capital. “As setoriais têm caráter informativo e reflexivo, não deliberativo, como as assembleias realizadas fora da sede. E todos sabem disso!”, ressaltou.

A nova realidade de multicampia da Ufam, que não é prevista no regimento da ADUA – aprovado no início da década de 80 –, exige reflexão. “A normativa não pode engessar a realidade, pois um posicionamento legalista tende a retirar direitos de quem também têm direitos: os professores que trabalham nas unidades acadêmicas de fora da sede”, avalia a diretoria.

Professora do Instituto de Natureza e Cultura (INC), de Benjamin Constant, Renilda Costa defendeu a legitimidade da votação realizada nas unidades fora da sede, declarando que as condições de trabalho são ainda mais precarizadas que a situação da capital, e que, como membros da categoria, não podem ser tratados como “docentes de segunda classe”.

Recorde de participação


A Assembleia, realizada no auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais (FES), no setor Norte do Campus Universitário, contou com a participação de 408 professores, conforme a lista de assinaturas da AG, entre eles 191 associados e 217 não filiados.

De acordo com dados da seção sindical essa foi a maior AG da categoria desde a fundação da entidade, em 1979. A ADUA, entidade democrática e republicana, entende que, na discussão sobre a greve, é importante a participação de todos. Por isso, os não sindicalizados têm direito à voz e ao voto.

Em quase três horas de debate, os posicionamentos favoráveis e contrários à deflagração da greve eram acompanhados de manifestação do público que lotou o auditório da FES, entre eles técnico-administrativos em educação e estudantes.

A AG desta terça-feira (26) é desdobramento da aprovação do indicativo de greve, que havia sido decidido no último dia 14 de maio, quando trabalhadores da educação realizaram o Dia Nacional de Paralisação das Instituições Federais de Ensino (IFE). A data foi marcada por um ato público na Ufam e nas unidades fora da sede.

A retomada da AG será comunicada à categoria em data e local a ser definido pela diretoria da entidade. A diretoria considera como um dado extremamente positivo a grande mobilização para esta AG, que reflete um processo vigoroso de retomada do debate político qualificado sobre a universidade pública, gratuita e socialmente referenciada.

Fonte:
ADUA



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