Neste Dia da Resistência e Luta dos Povos Indígenas (19 de abril), a ADUA reitera a defesa da demarcação e proteção de todos os territórios dos povos originários. São mais de 500 anos de exploração de suas terras e ataques à sua cultura. É necessário cobrar investigação e punição dos responsáveis pelas ações ilegais do projeto de destruição enraizado no país.
“A diretoria da ADUA se posiciona pela necessidade da nossa categoria está envolvida nas acadêmicas e na militância social e política em defesa dos povos originários, na questão da demarcação dos seus territórios, na preservação de sua cultura, na questão da educação indígena, na saúde indígena, nas questões específicas das mulheres indígenas. Então esse é um compromisso que o ANDES-Sindicato Nacional e a ADUA, especialmente por estar é situada na Amazônia, como outras sessões sindicais do ANDES, deve assumir com muita responsabilidade, com muita firmeza. Então todo apoio a todas as lutas que os povos originários do Brasil todo têm desenvolvido na perspectiva da defesa da vida, da cultura e da sua existência”, afirma o presidente da ADUA, professor Jacob Paiva (Faced).
Ataques
Segundo relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado na segunda-feira (17), o ano de 2022 foi marcado pelo aumento da violência contra a pessoa em decorrência de conflitos no campo, com mais de 553 ocorrências. Os povos tradicionais estão entre as principais vítimas, em um desastroso cenário que inclui assassinatos, tentativas de assassinato, ameaças, agressões, tortura e prisões. Só em 2022, 38% das 47 pessoas assassinadas no campo eram indígenas, o que totaliza 18 casos.
Nos dias 12 e 13 de abril, a ADUA apoiou realização de Seminário com resultado de uma pesquisa que denunciou uma série de violações aos direitos dos povos Waimiri Atroari e Kagwahiva-Tenharim, de responsabilidade da empresa de mineração Paranapanema, no período da Ditadura Empresarial-Militar (1964-1985), no Amazonas.
Segundo o tesoureiro da Associação dos Povos Indígenas Tenharim do Igarapé-Preto (Apitipre), Cleudo Alves, a diminuição no uso da língua do seu povo foi um dos maiores problemas em consequência da ação da empresa de mineração no território em que vive.
No ano de 2021, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) registrou 305 invasões para extração ilegal de recursos e de danos ao patrimônio em 226 territórios indígenas, em 22 estados brasileiros.
Em reunião ampliada entre Docentes, Estudantes e Técnico(a)-administrativos(as) em Educação (TAEs) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), realizada na sede da ADUA, no dia 14 de abril de 2023 (sexta-feira), a professora Elciclei Faria chamou a atenção sobre o fato da Reitoria da Ufam chancelar a exploração de minério em no município de Autazes (AM), onde vivem indígenas do povo Mura.
“É vergonhoso que a reitoria tenha chancelado essa exploração, queremos deixar registrada a nossa indignação, precisamos lutar em defesa dos povos indígenas, essa não é uma luta só deles, mas de todos e todas nós, isso é mais uma forma de morte, sofrem os indígenas, sofrem os ribeirinhos onde a Potássio explora, peço o apoio de todos vocês”, disse a docente que, assim como a ADUA, compõe a Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI).
ATL
Segundo o censo demográfico realizado pelo IBGE em 2022, os povos indígenas representam mais de um milhão e quinhentos mil pessoas no país.
Articulação dos povos indígenas do Brasil (Apib) marca este dia como uma data para rememorar a importância e protagonismo dos povos indígenas. Em símbolo da unificação, indígenas de diversos estados vão ocupar mais uma vez a capital federal para realização da 19 edição do Acampamento Terra Livre, do dia 24 a 28 de abril.
Que a resistência dos povos indígenas inspirem todos e todas na luta cotidiana pelos direitos individuais e coletivos da população brasileira.
DEMARCAÇÃO JÁ!
Fontes: com informações de ANDES-SN, Cimi, Apib e Comissão Pastoral da Terra (CPT).
|