Os docentes das universidades estaduais baianas (Ueba) decidiram, em suas respectivas assembleias, nesta quinta-feira (7), pela deflagração da greve por tempo indeterminado nas instituições. Devido a necessidade de cumprir o prazo legal, a suspensão de atividades nas universidades estaduais da Bahia (Uneb), Feira de Santana (Uefs), Sudoeste da Bahia (Uesb) e de Santa Cruz (Uesc) será iniciada na próxima quarta (13).
O governo estadual da Bahia não atendeu as reivindicações dos professores e estudantes, protocoladas desde dezembro de 2014, e apresentou, em reunião realizada no dia 24 de abril com representantes dos segmentos, propostas que não atendem a pauta central do movimento que é o aumento do repasse orçamentário para, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI). Os docentes reivindicam também a revogação da Lei 7176/97, que fere a autonomia universitária, o aumento de incentivos à carreira docente e a realização de concursos públicos.
“Essa greve das estaduais da Bahia foi motivada por vários pontos importantes, como a luta pelo financiamento e pelos direitos dos trabalhadores que estão sendo atacados não só no estado da Bahia, mas como também em outros estados. Ademais, o governo do estado ignorou os pontos de pauta que foram apresentados pelo Fórum das Associações Docentes (ADs)”, afirma Alexandre Galvão Carvalho, um dos coordenadores do Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) do ANDES-SN.
Em relação ao pagamento de promoções na carreira com vagas e progressões, o governo propôs a suplementação de R$ 6 milhões para a verba de pessoal. Contudo, o montante não atenderia a todos os processos, segundo o coordenador do Setor das Iees/Imes, que alegou que as universidades estão sendo submetidas a um processo de sucateamento e estrangulamento orçamentário.
Para Carvalho, apenas com a mobilização será possível reverter o quadro atual de precarização nas instituições baianas. Ele destacou também a crescente participação dos docentes das universidades estaduais nas assembleias. “Será uma greve dura, assim como foi em 2011, quando conseguimos várias vitórias. Não será esse governo que irá retirar os direitos que nós conquistamos com muita luta”, disse o docente. O diretor do ANDES-SN apontou a Semana Nacional de Mobilização das Iees/Imes, de 25 a 29 de maio, que culminará no dia 29 com a paralisação nacional, como um período importante para fortalecer a greve das Ueba.
Imagens de Adufs-SSind e Aduneb-SSind
Fonte: ANDES-SN |