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  27/03/2023


Seminário Nacional do ANDES-SN debate "Trabalho docente: implicações na saúde e reflexos na vida"



 

 

Com o tema “Trabalho docente: implicações na saúde e reflexos na vida”, de 17 a 19 de março, o ANDES-SN realizou o VIII Seminário Saúde do(a) trabalhador(a) docente, organizado pelo Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) do Sindicato Nacional, em conjunto com a Associação de Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp). O encontro foi realizado no Anfiteatro Parasitologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), palco de debates sobre pandemia, ensino remoto, intensificação da precarização do trabalho e adoecimento docente. A atividade teve participação de 30 seções sindicais de diversas partes do país. A ADUA foi representada pela docente da Escola de Enfermagem (EEM/Ufam), Sheila Vitor da Silva.  

 

Foram três dias de debates acerca de temas imprescindíveis e muito relevantes para o entendimento do processo saúde-doença dos(as) profissionais da categoria docente, com objetivo de fortalecimento da categoria na luta contra a precarização e intensificação do trabalho. “Diante das discussões no seminário, observamos que existem inúmeras condições que favorecem o adoecimento dos docentes, e que estão presentes nas diferentes universidades do país, como a intensificação do trabalho. Cada vez mais os profissionais se veem submetidos a exigências desumanas, sem respeito a carga horária de trabalho, tendo, muitas vezes, que realizar tarefas diversas no horário noturno, madrugadas, finais de semana e feriados, deixando, desta forma, de ter lazer, convívio familiar e social, além do descanso físico e mental, tão necessário à saúde do ser humano”, afirmou a professora Sheila. 

 

 

A mesa de abertura do Seminário Nacional de Saúde do(a) Trabalhador(a) Docente do ANDES-SN teve presença de integrantes da diretoria do Sindicato Nacional, sendo a 2º vice-presidente, Zuleide Queiroz, a 1ª secretária da Regional São Paulo e presidenta da Adusp, Michele Schultz, o 1º tesoureiro do ANDES-SN, Amauri Fragoso. Também fizeram parte da mesa, representantes de outras entidades sindicais, estudantis e de coletivos, a integrante do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Rosane Meire, do Diretório Central dos Estudantes da USP (DCE-USP), Joana Ferreira, o membro do Coletivo Butantã na Luta, Mário Balanco, a integrante da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde e do Fórum Popular de Saúde SP,  Carmen Ortiz.

 

O discurso de luta em defesa dos hospitais universitários, da saúde, dos serviços públicos e de uma universidade para todas e todos foi ponto principal na fala dos e das participantes. 

 

A docente Sheila da Silva afirma que a troca de diálogo mostra a necessidade de se fazer algo pela categoria, principalmente, de lutas para garantir melhorias tanto no ambiente, quanto as condições de trabalho, sobre o que tem sido feito por parte dos gestores, bem como, o que pode ser feito para melhorar o panorama local. “Acredito que seria interessante, se pudéssemos discutir com nossos pares locais essa condição do processo de adoecimento relacionado à nossa carga de trabalho, aos nossos ambientes, aos nossos gestores e até mesmo aos nossos alunos, que muitas vezes não respeitam horários, finais de semana, utilizam meios de comunicação indevidos, como WhatsApp, e ainda utilizam essas redes de contato social para hostilizar e ou intimidar o professor”. 

 

 

No dia 18 (sábado), foram abordadas as relações entre o papel do Estado e a saúde da classe trabalhadora, bem como foi realizado o painel das seções sindicais, no qual os e as docentes compartilharam os resultados das pesquisas realizadas em suas universidades sobre saúde docente durante a pandemia.


A programação contou com a mesa de debate intitulada “A Pandemia, Ensino Remoto, Intensificação da Precarização do Trabalho e Adoecimento Docente”, na qual as professoras Camila Holanda Marinho, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), e Flávia Bulegon Pilecco, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), expuseram pesquisas sobre principais fatores de adoecimento docente sob os efeitos da pandemia e depoimentos sobre a saúde docente, considerando ainda a excessiva cobrança por produtividade acadêmica,. 

 

A professora Sheila avaliou que discutir essa temática com diferentes professores(as) de instituições diversas do país foi muito importante, principalmente, por poder verificar que não são condições isoladas, que infelizmente, a situação de adoecimento por esses fatores é prevalente nas instituições de ensino pública do país. “Foram apresentados estudos que destacam o agravamento desta situação no período da pandemia da covid-19, onde muitos profissionais se viram em condições precárias de trabalho, tendo que dar conta de trabalhar de forma remota, em home office, sem qualquer estrutura para realizar tal atividade e, infelizmente, mesmo com o retorno das atividades presencias, não há um respeito por parte dos gestores, e até mesmo dos alunos, para com os professores, verificasse cada vez mais uma maior exigência de produtividade, seja com publicações, atividades de pesquisas, orientações, participação e engajamento nos programas de pós-graduação, entre várias outras atividades”.

 

A reunião ampliada do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) encerrou o VIII Seminário Nacional de Saúde do(a) Trabalhador(a) Docente, com encaminhamentos para o GTSSA. A oitava edição do seminário é a primeira a ocorrer desde o início da pandemia de covid-19, a última edição do evento ocorreu em 2019, na cidade de Campina Grande (PB). 

 

O encontro docente contou ainda com intervenções artísticas, como a apresentação do grupo “Slam Letra Preta”, formado por Suilan, Mônica e Bruna, da Biblioteca Comunitária Solano Trindade, localizada na Zona Leste de São Paulo. O grupo apresentou poemas autorais, com conteúdo que denunciam a violência de gênero vivida não apenas por milhões de brasileiras, e resgatou poemas do poeta negro e comunista de Recife, Solano Trindade.

 

Confira aqui a programação

 

 

Fontes:  ADUA com informações do ANDES-SN

 

 

 

 



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