Na tarde do 8 de março, docentes sindicalizados e sindicalizadas à ADUA – Seção Sindical do ANDES-SN estiveram presentes na mobilização do Dia Internacional de Luta das Mulheres, em Manaus (AM). O ato começou com concentração na Praça da Saudade, em seguida as centenas de pessoas caminharam em direção ao Largo São Sebastião. Com mote “o futuro é feminino”, a manifestação reuniu representações de mais de 50 entidades, organizações da sociedade civil, coletivos e movimentos sociais para dizer não ao machismo, à misoginia e ao feminicídio.
A primeira secretária da ADUA, Ana Cláudia Nogueira, enfatizou que em pleno século XXI as mulheres ainda são vítimas de violência. “Nós estamos cansadas de sermos violentadas, estamos cansadas de sermos assediadas. Essa luta é das mulheres indígenas, das mulheres brancas, das mulheres trans, das mulheres negras, de todas. E não basta dar flores, não basta dar parabéns. O patriarcado está enraizado na sociedade brasileira e esse patriarcado precisa ser rompido porque quem pare essa pátria somos nós, e nós precisamos e merecemos respeito. O dia 8 não é um dia de flores, é um dia luta!”, enfatizou a docente durante fala pública na manifestação.
Em cartazes, faixas e bandeiras, as mensagens em defesa da Amazônia, dos povos indígenas, da democracia, por emprego e educação também ecoaram na caminhada ritmada por mulheres do povo negro, indígenas, estudantes, crianças, idosas(os), adolescentes e pessoas LGBTQIAP+.
A professora Danielle Nogueira (IEAA), indígena e sindicalizada à ADUA, foi a primeira mulher da sua família a concluir um curso de graduação. Ela destaca a importância de marcar o 8 de março nas ruas. “É um dia histórico, um dia de rememorar as mulheres que vieram antes, as mulheres que estão agora, pra garantia do nosso futuro. Nós que somos muitas, plurais, diversas. Nesse momento é importante estar marcando o espaço enquanto mulher, enquanto professora, filha, amiga, irmã, porque a luta é plural, e ela representa muito. Nós somos todas contemporâneas, nós somos ancestrais e precisamos manter esse lugar, ocupar e transformar”.
Em sua primeira participação em um ato público nas ruas, a auxiliar de serviços gerais, Adna Mendonça, declarou que foi uma experiência emocionante. “Eu me senti valorizada, naquele momento onde discussões abraçaram a causa em defesa da mulher. Várias pessoas de cor, raça, diferentes, fiquei surpresa de ver todos participando de um movimento tão bonito quanto este. Só assistia essas passeatas por televisão, de fato nunca havia participado de uma manifestação de grande proporção. Na caminhada fiquei até emocionada, mas me contive com os abraços dos colegas em minha volta. O que observei foi que só uma pequena parcela de homens estava nos apoiando. Vi a positividade dessas lutas, de recuperar nossa dignidade e recontar a história das lutas das mulheres que estão na luta pela transformação geral da sociedade”.
A ADUA reitera a defesa de ações que somam forças ao fortalecimento da garantia dos direitos das mulheres por igualdade de gênero, respeito às mulheres trabalhadoras e um mundo sem violência.
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