Após uma grande greve dos servidores públicos estaduais do Paraná, outra forte mobilização já começa a surgir. O motivo é o mesmo que levou milhares de servidores paranaenses às ruas no início do ano: o governo estadual quer retirar investimentos da previdência sem propor qualquer contrapartida – o que diminui a solvência da previdência de 57 para 29 anos.
Os servidores estaduais alegam que o governador, Beto Richa, descumpriu os acordos que levaram a última greve ao fim. “Vamos fazer todos os esforços possíveis para barrar a votação das modificações na previdência”, afirma Mary Falcão, 2ª vice-presidente da Regional Sul do ANDES-SN.
Quase todas as universidades estaduais do Paraná estão em greve desde a semana passada. No final de semana o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) também deflagrou greve contra a nova proposta de retirada de direitos previdenciários dos servidores estaduais. Nos próximos dias, outras categorias, como agentes penitenciários, da saúde e do judiciário terão assembleias nas quais será discutida a deflagração de greve.
Mobilização em Curitiba
Nesta segunda-feira (27), a comunidade acadêmica das universidades estaduais do Paraná, em conjunto com os professores do magistério, realizam ato em frente à Assembleia Legislativa (Alep). O governo paranaense quer aprovar ainda nesse dia o projeto que retira investimentos da previdência dos servidores. Segundo a APP-Sindicato, mais de 5 mil pessoas se concentram no local. As galerias da Alep foram fechadas ao público por ordem dos deputados.
Para conseguir aprovar na marra seu projeto que retira direitos, o governador Beto Richa convocou mil policias de todo o estado para cercar a Alep e impedir a entrada de manifestantes. Os policiais, no entanto, não receberam suas diárias para viajar à capital do estado.
Segundo Mary Falcão, a expectativa é que a mobilização cresça nos próximos dias. “Estamos desde cedo recebendo categorias de servidores estaduais no ato em Curitiba. Algumas já estão se preparando para nova greve. Amanhã podemos triplicar o número de manifestantes em frente à Assembleia. Apesar do forte aparato militar, sabemos que nossa arma mais forte é o enfrentamento direto para barrar esses ataques do governo”, conclui a docente.
Imagem: APP-Sindicato
Fonte: ANDES-SN |