A necessidade de integração entre gestores de saúde, médicos e pacientes para a promoção da saúde coletiva foi um dos destaques feitos pelo professor aposentado, médico sanitarista e integrante do Movimento Educar para a Cidadania, Menabarreto Segadilha França, durante palestra sobre “Saúde Coletiva 3”, ministrada nesta sexta-feira (17), no auditório da ADUA, para estudantes do 3º período de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Para o docente, alguns dos problemas relacionados à saúde da população decorrem da falta de integração entre esses agentes. “A saúde coletiva visa à promoção em saúde e não o tratamento da doença. Por isso, ela deve ser construída com a participação da sociedade”, afirmou. “Essa situação precisa ser modificada”, completou.
Menabarreto alertou os estudantes sobre a importância o contato com a população e defende ainda que o desenvolvimento na carreira do médico no Amazonas, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), deve começar pelo interior do Estado. “Para seguir carreira médica os residentes precisam cumprir um tempo de trabalho no interior e oferecer à população os parâmetros da saúde coletiva”, destacou.
O professor cita como exemplo a carreira de juízes e promotores, cujo início se dá nas comarcas mais distantes da capital. Mas, ele ressalta: “para isso é preciso ter condições dignas de salário, de educação continuada e de progressão funcional”.
Primeiro contato
A professora da Faculdade de Medicina Fabiana Mânica, que ministra essa disciplina aos graduandos, explica que esse é o primeiro contato dos estudantes com a população. “Essa disciplina é a primeira prática dos alunos, momento em que eles saem da sala de aula e passam a ter mais contato com a comunidade”, afirmou. Na próxima semana, os estudantes terão atividades no distrito de Cacau Pirêra, no município de Iranduba.
Para ter esse contato, segundo a professora, os graduandos precisam de um conhecimento prévio sobre a realidade. “Esse debate sobre saúde coletiva e a inserção da medicina nas comunidades contribui para despertar o estudante para a necessidade de uma visão ampliada sobre a realidade local”, continuou.
Nas disciplinas “Saúde Coletiva 1” e “Saúde Coletiva 2”, os estudantes têm as primeiras informações sobre a realidade social em saúde e o atendimento prestado nas unidades vinculadas ao SUS. Já na “Saúde Coletiva 4”, conforme Fabiana, o foco é planejamento relacionado ao tema.
Imagem: Adorea Rebelo e Anderson Vasconcelos/ADUA
Fonte: ADUA |