Para somar aos estudos sobre a questão da violência letal contra a mulher na Região Norte, pesquisadoras e pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) e da Escola Superior de Ciências Sociais (ESO), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), propõem a realização do primeiro monitoramento epidemiológico e espaço-temporal dos feminicídios na Amazônia, tendo como referencial as potencialidades da vigilância da informação em saúde à equidade de gênero. O objetivo é lançar o “Observatório de Monitoramento e Prevenção Integrada do Feminicídio” até o final do ano, como forma de contribuir para o enfrentamento ao feminicídio.
O trabalho será conduzido de forma interdisciplinar, com participação de estatísticos(as), geógrafos(as), epidemiologistas, antropólogos(as) e de profissionais de tecnologia da informação.
Uma das primeiras ações, será a Oficina Ampliada AM/RO sobre Aplicações da Vigilância da Informação em Saúde à Avaliação do Feminicídio, sob responsabilidade do Laboratório de Modelagem em Estatística, Geoprocessamento e Epidemiologia (Legepi), da Fiocruz Amazônia, em parceria com docentes da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e da UEA, nos dias 09 e 10 de março, no Laboratório de Tecnologia em Saúde e Educação, da ESA/UEA.
De acordo com o epidemiologista e chefe do Legepi, Jesem Orellana, que também coordena o projeto de monitoramento epidemiológico e espaço-temporal dos feminicídios, a oficina tem como objetivo explorar as potencialidades da vigilância da informação em saúde à equidade de gênero, em particular na estimação da ocorrência, caracterização epidemiológica e espaço-temporal dos feminicídios. "Serão apresentados e discutidos detalhes de inédita e promissora metodologia, progressos e protocolos, bem como haverá espaço ao planejamento das próximas etapas do Projeto no Ano-1 e, sobretudo, no Ano-2, com enfoque em produtos esperados como a apresentação dos nossos resultados/estratégias, mediante trabalhos em eventos científico-tecnológicos, bem como na formação/qualificação de recursos humanos ou publicação de artigos metodológicos e originais, por exemplo”, explica.
Entre os temas a serem abordados durante os dois dias de atividades, estão: a coleta de dados: sociodemográficos, geográficos, epidemiológicos e relato de casos; captura de dados oficiais de mortalidade; controle de qualidade no banco de dados; monitoramento digital de notícias sobre mortes de mulheres por agressão, entre outros.
O projeto tem financiamento da Fiocruz, Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Amazonas (Fapeam) e Fundação de Amparo à Pesquisa de Rondônia (Fapero).
Foto: Mídia Ninja
Fonte: com informações de Fiocruz e Amazonas Atual
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