A Universidade do Chile, maior instituição de ensino superior do país, enfrenta uma grave crise. Diversas faculdades confrontam-se com sérios problemas financeiros, apresentando enormes déficits. Além disso, cresce o processo de criminalização da organização dos estudantes e trabalhadores da universidade.
A Faculdade de Medicina tem, segundo a sua associação de trabalhadores, um déficit orçamentário de aproximadamente R$ 6,5 milhões. Já a Faculdade de Artes, também à beira da quebra, realiza oficinas para o exército na tentativa de financiar-se. Em ambas as faculdades, a solução à crise parece ser o corte de projetos sociais e de direitos dos trabalhadores, como a demissão de funcionários e o encerramento do atendimento médico e odontológico à comunidade.
No campus Beauchef, sede da Faculdade de Ciências Físicas e Matemáticas, trabalhadores da limpeza com contratos precários foram demitidos. Já na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e na Faculdade de Química foi proibido o uso de salas de aulas para reuniões políticas, e os cartazes de organizações políticas estão sendo retirados das paredes.
Ainda na Faculdade de Medicina, a administração está perseguindo estudantes que realizaram um seminário sobre como abortar com uma substância chamada Misotrospol. Na Faculdade de Direito, 31 estudantes foram expulsos porque a administração se negou a revisar as suas solicitações para seguir estudando. Em resposta, os estudantes ocuparam o prédio da faculdade por dois dias.
Estudantes convocam mobilização para o dia 16
A Confederação dos Estudantes do Chile, que reúne representações de quase todas as instituições de ensino superior do país, está convocando uma mobilização para esta quinta-feira (16). “Que o Chile defenda por sua educação, não os corruptos nem os empresários” é a palavra de ordem escolhida para a manifestação, que lutará para que o governo avance na reforma educacional, defendendo um caráter público e gratuito.
*Com informações e imagem de Izquierda Diário Chile
Fonte: ANDES-SN |