O Amazonas não possui controle de casos de bullying no meio estudantil. No Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, celebrado nesta terça-feira, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) revelou que não possui o controle dos registros deste tipo de violência.
Segundo a gerente do Programa e Projetos de Atendimento ao Escolar da Seduc, psicóloga, Adriana Bó, a rede estadual de ensino não tem um controle do número de casos porque optou por trabalhar com a prevenção deste tipo de agressão.
Segundo ela, a secretaria reconhece a existência de casos de bullying e, inclusive, pede que seja feito o registro dos casos nas escolas, mas não consegue quantificar e tipificar a violência sofrida dentro do ambiente escolar por causa da falta de controle.
“Geralmente, o agressor já foi vítima de bullying, então trabalhamos durante todo o ano para quebrar este círculo. A intenção é que possamos trabalhar com a prevenção promovendo uma cultura de paz”, disse a psicóloga.
A gerente explica que, nos casos em que são identificados agressões e práticas vexatórias, características do bullying, registra-se primeiramente a ocorrência relatando quem foi o agressor e a vítima. Em seguida, um trabalho com a família dos envolvidos é iniciado.
“As punições são sempre conforme o regimento da escola e a punição cabível pode variar de uma advertência verbal, escrita, um termo de compromisso e até mesmo, em casos de adolescentes maiores de 14 anos, ser considerado um ato infracional”, explicou.
As agressões, segundo a gerente, são mais comuns, fora da sala de aula devido à presença do professor e ao envolvimento dos alunos com o conteúdo programático.
“O professor consegue identificar quando o adolescente que normalmente é extrovertido, comunicativo se torna, de uma hora para outra, um aluno retraído, isolado e passa a ter um conceito da sua própria imagem muito rebaixada”, disse.
Quanto ao perfil da vítima de bullying, ela relata que por causa da necessidade de autoafirmação, a adolescência passa a ser uma faixa com maior número de ocorrências.
“A criança não pensa isso, se desenvolve na adolescência, é o menino que usa o óculos, um aluno com peso fora da média, nosso trabalho é fazer com que desde criança se reconheça que ninguém é igual a ninguém e somos todos diferentes sem nenhum problema quanto a isso”, disse.
Instituído em 2013, a data escolhida relembra um dos maiores atentados ocorridos em escola brasileira: o massacre do Realengo. No dia 7 de abril de 2011, Wellington Menezes de Oliveira, com 23 anos, invadiu a escola municipal armado e atirando contra alunos presentes, 12 deles, com idade entre 12 e 15 anos, morreram.
Fonte: Portal D24am |