O 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans, remete à luta pelo respeito às travestis, transexuais e transgêneros. A pesquisa anual "Dossiê: Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras”, lançada na quinta-feira (26), pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), denuncia que o Brasil figura como o país que mais assassinou pessoas trans pelo 14º ano consecutivo. É necessária a contínua luta contra a transfobia e por políticas públicas. A ADUA reitera seu irrestrito apoio à luta pelo existir de todos, todas e todes!
A data é celebrada há 19 anos, após integrantes da Antra realizarem um levante político em defesa dos direitos da comunidade trans, no Congresso Nacional, durante lançamento da campanha “Travesti e Respeito”.
É com luta que essa comunidade têm garantido o direito de viver. Somente em 2019, a transfobia passou a ser considerada crime no Brasil, tendo muitas denúncias, inclusive no meio acadêmico.
No dia 18 de janeiro, o ANDES-SN se posicionou em solidariedade à primeira doutora travesti do Brasil, Luma Andrade, que denunciou, em carta pública, uma série de casos de assédio moral, perseguição e transfobia na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), onde atua como docente. Em nota, o Sindicato Nacional repudiou a transfobia e o assédio moral e institucional da Reitoria, assim como desrespeito à democracia universitária.
“O ANDES-SN reafirma seu papel no combate contra todas as formas de opressão e humilhação e vem acolher a luta e a atuação da Profª. Drª. Luma. Enquanto houver transfobia e assédio, não haverá democracia”, ressalta a nota.
Dossiê
O resultado da pesquisa sobre assassinatos e violências contra travestis e transexuais foi entregue ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, durante o lançamento que ocorreu no auditório do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), transmitido pelo canal da pasta, no YouTube.
Dados do relatório mostram que 131 transexuais foram mortos e travestis foram mortas por questões de gênero no Brasil apenas em 2022. Cerca de 90% das vítimas tinham entre 15 e 40 anos de idade, o que reforça a expectativa de vida desta população, que é de 35 anos. A região brasileira que mais registrou casos de violência contra este grupo foi o Nordeste.
“Cerca de 90% da população LGBTQIAP+ brasileira declarou que não se sente segura no país”, revelou a organizadora do documento, Bruna Benevides.
Os dados revelam ainda o racismo, uma vez que, entre as pessoas assassinadas, 76% das vítimas eram trans negras, periféricas e empobrecidas.
O preconceito e a invisibilização têm influência direta nomercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, pelo menos 72% das pessoas trans vivem de “bicos” e 90% são forçadas a atuarem como profissionais do sexo.
Na luta em defesa da classe trabalhadora, a CSP-Conlutas aponta a importância da data e defende a construção de uma outra sociedade, livre de toda forma de opressão e exploração.
Leia aqui o Dossiê 2022 – Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras.
Fontes: ADUA com informações da Antra, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, ANDES-SN, CSP-Conlutas, Correio Braziliense e Brasil de Fato
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