Ocorreu no dia 8 de dezembro a mesa “Os desafios das universidades públicas multicampi no Brasil”, que contou com a participação, como palestrante, da professora do ICSEZ e ex-diretora da ADUA, Valmiene Farias. O painel fez parte da programação do II Seminário Internacional Educação Superior na América Latina e Caribe e Organização dos(as) Trabalhadores(as), o I Seminário Multicampia e Fronteira e o I Festival de Arte e Cultura: Sem fronteiras, a arte respira lucha do ANDES-SN. Os encontros foram realizados de 6 a 9 de dezembro, em Foz do Iguaçu e região da Tríplice Fronteira.
Além da professora Valmiene, participaram da mesa os docentes Milton Pinheiro (Uneb), Túlio Lopes (Uemg), Claudio Fernández (IFRS) e Gilberto Calil (Unioeste) e a professora Kate Lane (UFF) que abordaram as experiências das suas seções sindicais no enfrentamento às particularidades da multicampia.
Outro ponto abordado foi a dificuldade do movimento sindical de perceber as diferenças das condições de trabalho entre os campi centrais e os interiorizados. Foi destacada a necessidade do ANDES-SN de intensificar a luta por melhores condições de trabalho, e de acesso e permanência estudantil, e de avançar na reflexão de como ampliar e fortalecer a organização da categoria e a participação docente nos espaços do sindicato, como as assembleias de base.
A professora Valmiene Farias destacou a dificuldade de organização sindical. “Muitos professores têm se tornado alheios à luta. Em nosso sindicato, nos últimos dois anos, estávamos preocupados em sobreviver. E acredito que tenhamos acumulado a luta, nesse ano de 2022, no nosso retorno às ruas para derrotar Bolsonaro”, avaliou.
Segundo a docente, é uma tarefa hercúlea retomar questões que são fundamentais para a luta, nesse momento de reorganização da esperança. “Precisamos colocar o pé no chão, no otimismo da vontade e no pessimismo da razão” acrescentou, ressaltando o papel estratégico da comunicação. “É necessário trazer os docentes para as assembleias e para a organização sindical”, afirmou.
Já o professor Milton Pinheiro comentou que o fazer universitário estimula a necessidade de entender a região e encontrar objetos de pesquisa, e permite uma perspectiva de docência articulada com as necessidades da comunidade e uma extensão voltada para segmentos populares. Porém, segundo ele, essas características não conseguem se impor em muitas instituições devido à escassa autonomia financeira das universidades.
Também participou dos encontros a representante da Regional Norte 1 e ex-presidente da ADUA, Ana Lúcia Gomes (ICB).
As outras mesas realizadas foram: Educação Superior na América Latina e Caribe e Organização das Trabalhadoras e dos Trabalhadores; Universidade na América Latina e Opressões da Sociabilidade Capitalista; Universidade, Condições de Trabalho e Lutas Sociais na Fronteira; Universidade e Luta dos Povos Originários e Afrodescendentes; Universidade, pandemia e mudanças tecnológicas na AL: uma nova forma de exclusão; e O papel da arte e da cultura na resistência de nossos povos da América Latina.
Ato
No dia 7, as e os participantes dos encontros realizaram um ato na Ponte Internacional da Amizade, que liga o Brasil e o Paraguai, em defesa da educação pública e pela integração latino-americana. A presidente do ANDES-SN, Rivânia Moura, presidenta do ANDES-SN, afirmou que a manifestação reafirma a necessidade de combater todos ataques aos direitos básicos da população.
“Não podemos dormir tranquilos e tranquilas enquanto soubermos que o futuro das nossas crianças e jovens têm sido roubado todos os dias. Tem sido estabelecido, no nosso país, e nos demais países da América Latina, um sistema que privatiza nossos sonhos, privatiza a educação, privatiza a saúde ao dizer que a educação e saúde de qualidade são só para quem pode pagar”.
Arte e Cultura
Os quatro dias contaram com uma série de manifestações artísticas e culturais apresentadas pelas e pelos docentes participantes dos eventos e de artistas convidados convidadas. Entre elas esteve a apresentação da cantora argentina Mariela Gerez, com uma homenagem à Martina Piazza Conde, estudante da Universidade Federal de Integração Latino-americana (Unila), vítima de feminicídio em 2014.
Fotos: ANDES-SN
Fonte: com informações do ANDES-SN
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