Cerca de três mil metalúrgicos da General Motors (GM) em São José dos Campos (SP) entraram em greve nesta sexta-feira (20) contra os planos da montadora em demitir 794 trabalhadores da unidade. Logo após a assembleia, na manhã desta sexta, os metalúrgicos entraram na fábrica, mas permanecem de braços cruzados por tempo indeterminado. Uma nova assembleia acontecerá hoje com o segundo turno, a partir das 14h30. Durante a greve, haverá assembleias diariamente.
Em reunião realizada ontem (19) com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, a GM propôs a abertura de lay-off (suspensão temporária de contrato), por dois meses. Após esse período, todos seriam demitidos. A empresa também propôs como alternativa a demissão imediata desses 794 funcionários. Após a reunião, o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, entrou em contato com o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, e solicitou que o governo federal faça a intermediação nas negociações com a GM.
“A greve é nossa única forma de impedir uma demissão em massa na GM. Queremos convocar todas as centrais sindicais do país a se unirem aos trabalhadores daqui para lutar contra esse plano absurdo da montadora. Nós já havíamos dado o recado para a empresa, de que se houvesse demissão, haveria greve. Agora, só retornaremos ao trabalho quando nossas reivindicações forem atendidas”, afirma Macapá.
Na última sexta-feira (13), cerca de outros 800 trabalhadores da unidade voltaram às atividades após cinco meses com contratos suspensos. Pelo acordo feito em agosto do ano passado entre GM e Sindicato, estes operários deverão ter estabilidade pelo menos até o dia 7 de agosto. Nenhum deles pode ser incluído nos planos de demissão da GM. Atualmente, a planta de São José dos Campos tem cerca de 5.200 trabalhadores e produz 300 veículos por dia.
Governo Federal tem de intervir
O Sindicato dos Metalúrgicos vai reforçar, junto ao governo federal, a reivindicação de que a presidente Dilma Rousseff (PT) edite uma medida provisória garantindo estabilidade no emprego para todos os trabalhadores de empresas que recebem incentivos fiscais, como é o caso das montadoras. Em 2014, o setor automotivo fechou 12 mil postos de trabalho no país, apesar de todos os benefícios recebidos do governo. O Sindicato enviou, na semana passada, uma carta às centrais sindicais, propondo a construção de um Dia Nacional de Paralisação contra as demissões nas montadoras.
*Edição de ANDES-SN e Imagens de Tanda Melo / Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
Fonte: CSP-Conlutas |