No Ofício nº 594/2022, publicado na quarta-feira (16), o reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sylvio Mário Puga, solicita a implantação de um posto da Polícia Militar (PM) em frente ao campus da instituição de ensino. No documento, o reitor justifica o pedido pela “crescente insegurança e o aumento do número de assaltos que ocorrem não somente nos arredores, como também no interior deste campus”. A ADUA emitiu nota pública, nesta quinta (17), sobre o caso.
No documento, a Seção Sindical afirmou que reconhece as condições de insegurança e violência que assolam os campi da Universidade em Manaus, Parintins, Itacoatiara, Coari, Benjamin Constant e Humaitá, mas que "segurança de verdade se faz com política pública, não com militarização da vida".
Leia a nota da ADUA na íntegra:
Nota pública: Mais política educacional e menos polícia
Há muito a comunidade externa e a comunidade interna (servidores e servidoras docentes, técnico-administrativos (as) e discentes) têm recebido denúncias de suas entidades representativas sobre os ataques que as Universidades e os Institutos Federais sofrem por parte do governo federal em suas diversas áreas, como financiamento, política de assistência estudantil e condições insalubres de trabalho e de segurança. Aumenta a cada dia a violência no entorno e no interior das Instituições de Ensino, resultado do desmonte institucional do Estado brasileiro.
A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não está isenta das consequências dessas políticas nefastas, com seus serviços a cada dia mais precarizados, instalações inadequadas ou fora de operação, ações de ensino, pesquisa e extensão – sua razão de ser – extremamente prejudicados em todos os seus campi.
O ANDES – Sindicato Nacional e esta Seção Sindical (ADUA) têm denunciado inúmeras vezes a omissão e o descaso (na verdade um projeto político) de natureza institucional do Estado para com a educação pública, direito constitucional do povo brasileiro. Defendemos mais política educacional e menos polícia. É preciso desmilitarizar o Estado brasileiro. Não à militarização das Instituições Federais de ensino. Não à presença do aparelho militar do Estado do Amazonas (Polícia Militar) no interior da Ufam!
Reconhecemos as condições de insegurança e de violência que assolam os campi da Universidade em Manaus, Benjamin Constant, Coari, Itacoatiara, Parintins e Humaitá, mas segurança de verdade se faz com política pública, não com militarização da vida. A ADUA conclama a comunidade universitária a ter serenidade e contribuir de forma coletiva e democrática para construir saídas igualmente coletivas e democráticas para a crise gerada pelo Estado burguês, controlado que é pelos interesses do grande capital.
Somente a luta muda a vida. Somente a grande luta muda a história.
Diretoria da ADUA – Seção Sindical
Biênio 2020-2022
17 de novembro de 2022
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