O Governo pode recuar em mudanças que dificultam o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. Essa possibilidade surge depois de intensa campanha das centrais sindicais contra as Medidas Provisórias (MPs) que, a pretexto de combater "fraudes e distorções", atingem direitos principalmente entre trabalhadores de baixa renda e jovens.
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sergio Nobre, aponta que é preciso garantir direitos sociais dos trabalhadores.
“O nosso movimento é em defesa do emprego e dos direitos sociais. Todas as conquistas que nós tivemos ao longo desses 12 anos podem se perder se o país for para a crise. Essa luta que é chamada pelas seis centrais sindicais, mas ela é uma luta de todo povo brasileiro, dos movimentos sociais, dos trabalhadores do campo, dos estudantes porque ela é em defesa do Brasil”.
As MPs 664 e 665, que foram anunciadas no final de dezembro do ano passado, tornaram mais difícil o acesso a benefícios como seguro-desemprego, pensão por morte, auxílio-saúde, auxílio-doença e abono salarial. O pacote de cortes na previdência visa economizar R$ 18 bilhões.
Atualmente, o tempo mínimo de trabalho para ter acesso ao seguro-desemprego passou de seis meses para um ano e meio. Ou seja, triplicou o tempo de carência para primeira solicitação.
Na última semana, em Davos (Suíça), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, chamou de ultrapassado o modelo do seguro-desemprego. A declaração irritou sindicalistas e até assessores de Dilma.
As centrais sindicais marcaram um dia nacional de luta para esta quarta-feira (28). Além disso, elas programam uma nova edição da marcha das centrais em 26 de fevereiro, em São Paulo.
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Fonte: Brasil de Fato |