A inexistência de uma estrutura adequada é um problema que atinge há tempos as universidades federais. Prova disso são duas manifestações ocorridas este mês, uma na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e outra na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Esta semana, alunos e professores paralisaram as atividades na Ufam de Parintins em busca de melhorias, mesmo fato ocorrido no Maranhão.
Dentre as queixas da comunidade acadêmica em Parintins, município distante 368 quilômetros da capital Manaus, estão a falta de segurança, de estrutura nos laboratórios, ausência de uma Casa do Estudante, precárias instalações elétricas nos prédios, falta de professores efetivos e substitutos, dentre outras. Após muita pressão de alunos e professores, o vice-reitor da Ufam, Hedinaldo Narciso Lima, foi sabatinado durante 6h em assembleia e prometeu atender as reivindicações dos docentes e alunos do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ/Ufam). A reitoria se comprometeu a apresentar respostas para os problemas do instituto até 14 de abril, caso contrário haverá nova paralisação.
Nesse meio-tempo, alunos e professores vão manter as assembleias e um calendário conjunto de atividades de mobilização. Na tarde de hoje, 31, haverá um ato público no Centro de Parintins a partir das 16h. Também está programado pra os dias 12, 13 e 14 de abril um seminário de formação política e sindical a ser realizado pela Adua em Parintins como forma de auxiliar nas negociações.
Segundo o presidente da Adua, professor Antônio Pereira de Oliveira Neto, a comunidade universitária em Parintins é um exemplo de manifestação. “O movimento dos professores, alunos e técnicos está dando uma demonstração de organização e maturidade política”, afirmou. O professor esteve presente na assembleia do dia 28 de março na ICSEZ.
No Maranhão, problemas similares
Na UFMA, aulas de um mesmo curso acontecem tanto no Centro de Ciências Humanas (CCH) quanto no Centro Pedagógico Paulo Freire, que não são próximos um do outro. A distância atrapalha o vai e vem de professores e alunos com horários seguidos em prédios diferentes, o que tem ocasionado faltas e até desistências nas disciplinas. Não obstante, o Centro Pedagógico Paulo Freire não possui espaços vitais para a comunidade acadêmica, tais como xerox, lanchonete, espaço para departamentos ou centros acadêmicos, conforme descreve matéria do site Maranhão Hoje. Tal matéria também destaca o fato de que o centro não apresenta laudos de autorização de funcionamento do Corpo de Bombeiros, CREA, CICA e SESMT.
Em assembleia realizada no dia 22 de março, alunos e professores decidiram que não haverá paralisação das aulas, mas apenas a suspensão das atividades acadêmicas no Centro Pedagógico Paulo Freire. Os cursos afetados (Filosofia, História, Geografia e Ciências Sociais) negociam a melhor maneira de reocupar o CCH.
Fonte: Adua-SS |