Milhares de manifestantes foram às ruas na última sexta-feira (23) protestar contra o aumento da tarifa do transporte público em diversas cidades brasileiras. O 4° Ato Nacional Contra o Aumento das Tarifas é a continuação das manifestações que começou no início deste mês, após o reajuste das tarifas de transporte coletivo urbano no país.
Em São Paulo (SP), cerca de 5 mil manifestantes reuniram-se em frente ao Teatro Municipal, na região do Viaduto do Chá, com destino à prefeitura contra o aumento de R$ 3 para R$ 3,50 da passagem de ônibus. Sob chuva, a manifestação avançou sem incidentes por diversas ruas do centro da capital paulista até que policiais atacaram os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo. A repressão policial deixou vários feridos e pelo menos seis pessoas foram presas. Nas duas primeiras manifestações, 9 e 16 de janeiro, também houve violência policial contra manifestantes.
No Rio de Janeiro (RJ), a manifestação se iniciou em frente ao Tribunal de Justiça, onde eram julgados os 23 ativistas acusados de atos violentos. O ato na capital fluminense reivindicava a revogação do reajuste na tarifa do transporte público e liberdade para os presos políticos. Centenas de pessoas participaram do protesto. No Rio, a passagem de ônibus foi reajustada para R$ 3,40.
O mesmo número de pessoas participou do encontro na rodoviária do Plano Piloto em Brasília (DF). Com cartazes, “Abaixo às tarifas” e “Quero transporte público depois da meia-noite”, manifestantes protestaram contra o possível aumento da tarifa no Distrito Federal.
Em Florianópolis (SC), os manifestantes chegaram por volta das 17h e começaram a se organizar na frente do Terminal Integrado do Centro (Ticen). Eles confeccionaram cartazes e levaram duas catracas para a área que divide as pistas dos dois sentidos da Avenida Paulo Fontes, uma das principais vias da cidade. Na capital catarinense, o valor reajustado no dia 11 de janeiro foi de R$ 2,95 para R$ 3,10.
Outras cidades como São José dos Campos (SP), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Joinville (SC), manifestantes também participaram da mobilização nacional pela redução da tarifa.
Primeiro Ato
Em Manaus, o primeiro ato unificado contra o aumento do preço da passagem de ônibus reuniu cerca de 200 pessoas no final da tarde desta sexta-feira (23). Sob gritos de “se a tarifa não baixar, Manaus vai parar” e “não é mole não, o povo está na rua contra o aumento do busão”, os manifestantes, na maioria estudantes, saíram do Largo São Sebastião, um dos principais pontos turísticos da capital, em marcha as imediações do Palácio Rio Branco, sede da prefeitura. Há uma semana, o prefeito Arthur Virgílio (PSDB) anunciou o novo valor tarifário de R$ 3. Com o reajuste de 9%, a meia-passagem será de R$ 1,50.
Panelaço
Um dia antes, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) promoveu o “Panelaço da Periferia Contra o Aumento das Tarifas” na Grande São Paulo. Segundo o Movimento, quase 10 mil pessoas saíram de diferentes pontos das periferias da Zona Sul e Leste e se dirigiram de forma pacífica para o Terminal João Dias.
*Com informações do MPL, Jornal A Nova Democracia, MTST, D24AM e Agência Brasil. Imagem de CSP-Conlutas.
Fonte: ANDES-SN |