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Museu Nacional fecha por falta de pagamento a terceirizados



O Museu Nacional, localizado no Rio de Janeiro (RJ), fechou as portas por falta de pagamento aos trabalhadores terceirizados da segurança e da limpeza. O museu, administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está prestes a completar 200 anos, e tem o maior acervo de história natural e antropológica da América Latina.

Mesmo sem a transferência de recursos por parte da UFRJ, os trabalhadores receberam os salários de outubro e novembro. No entanto, o de dezembro não foi depositado e o vale-alimentação e o vale-transporte não foram pagos. Jaçanã Nogueira, que trabalha na equipe de limpeza do museu há mais de vinte anos, disse à rádio CBN que o pagamento costuma atrasar, mas que essa é a primeira vez que a instituição precisa tomar uma medida drástica.

Em nota oficial divulgada na internet a diretora do Museu Nacional, Claudia Rodrigues Carvalho, afirma que no período de férias a exposição chega a receber cinco mil pessoas por dia nos fins de semana e mil pessoas por dia de segunda a sexta-feira. Com o ingresso a seis reais, o museu arrecada pelo menos trinta mil reais por semana nesta época. Para ela, o prejuízo financeiro da suspensão das visitas é grave, mas a pior perda é para o patrimônio cultural da cidade.

A nota ainda informa que a UFRJ não tem recebido do Governo Federal os recursos que lhe cabem, inclusive para pagamento das empresas que prestam serviços de limpeza e portaria do Museu Nacional. A universidade disse estar impotente e classificou como insensível a política adotada pelo governo diante das necessidades básicas da instituição.

Luis Eduardo Acosta, 1º vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, afirma que as universidades já estão começando vivenciar a falta de recursos para dar continuidade às suas atividades regulares. “Isto reforça, para nós, a necessidade de avançar no esforço de construção da unidade dos trabalhadores para enfrentar esta e outras lutas que se anunciam. Agora, neste inicio de governo, as políticas governamentais se apresentam de uma forma mais explicitamente conservadoras como ficou evidenciado no corte de benefícios previdenciários recentemente anunciados e no aumento absurdo do preço do transporte público”, afirma o docente.

Terceirizados se mobilizam para exigir pagamentos

Não são apenas os trabalhadores terceirizados do Museu Nacional que estão sem receber seus salários. Além dos demais terceirizados da UFRJ, que marcaram mobilização para a próxima quarta-feira (14) pela manhã em frente à reitoria, trabalhadores de diversas universidades federais e estaduais enfrentam o mesmo problema.

Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), os trabalhadores terceirizados entraram em greve já no ano passado por falta de pagamento, e o recesso da universidade teve de ser adiantado. A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) também não paga há três meses seus terceirizados, e sequer consegue quitar as contas de água e luz.

Na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) 300 terceirizados realizaram manifestação na manhã de terça-feira (13), também para exigir pagamentos. Os atrasos e consequentes mobilizações também ocorrem na Universidade Federal da Bahia (UFBA), na Universidade de Brasília (UnB), na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Já na Universidade Federal Fluminense (UFF) os terceirizados decidiram por um indicativo de greve e ocuparam a reitoria da universidade na segunda-feira (12). Uma nova assembleia, na quarta-feira (14), define os próximos rumos do movimento.

Imagem: Marcos Gusmão

*Com informações de UFRJ, Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff-SSind) e CBN. Imagens de UFRJ e Tribuna de Minas.

Fonte: ANDES-SN



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