Professores permanecem em estado de greve durante negociação com o governo. UVA e Urca ainda não deliberaram sobre o fim da paralisação
Os docentes da Universidade Estadual do Ceará (Uece) decidiram na última sexta-feira (9), em assembleia, suspender a greve iniciada em 17 de setembro de 2014, depois da reunião realizada na terça-feira (6), com o governador do Ceará, Camilo Santana.
Entre as medidas negociadas com o governo cearense esta a realização imediata de concurso público para professores efetivos. Ao todo serão 249 vagas, sendo 120 para a Uece, 67 para a UVA e 62 para a Urca. Além dessa conquista, ficou acordado também abertura de concurso para 192 vagas de técnico-administrativos, fato que ocorrerá pela primeira vez na história das estaduais cearenses; e a regulamentação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) dos professores.
Além disso, fica permanente o repasse de R$ 10 milhões para cada universidade, conquistados na greve de 2013, para bolsas estudantis. O acordo prevê ainda reforma e ampliação do prédio da Facedi (Itapipoca), e criação do curso de Ciências Sociais; e nomeação de 31 professores das três universidades, já aprovados em concurso, que estavam aguardando assinatura do governo.
Os docentes das universidades Estadual Vale do Acaraú (UVA) e Regional do Cariri (Urca) ainda não votaram sobre o fim da greve e, portanto, continuam com a paralisação. As assembleias devem ser realizadas até o final dessa semana.
De acordo com o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, a greve da Uece terminou vitoriosa com novo governador atendendo vários dos pontos demandados pelos professores. “Foi uma greve forte, com uma participação estudantil significativa e, sobretudo, ela mostrou a firmeza dos professores estaduais do Ceará em manter a luta até ter uma resposta efetiva por parte do governo”, disse.
Rizzo explica que o período de greve enfrentado foi complexo pelo contexto político que o estado passava. “Foi um movimento muito difícil porque se deu durante as eleições e na mudança de governo. E eles a mantiveram até a posse do novo governo. Vale lembrar ainda que essa paralisação foi a retomada da greve iniciada em setembro de 2013 e suspensa em janeiro de 2014, uma vez que o governador Cid Gomes não cumpriu os acordos firmados no início do ano anterior”, ressalta. O presidente do Sindicato Nacional destaca ainda que a greve foi marcada pela luta em defesa da autonomia universitária. “A reposição de quadros da universidade deveria ser automática. O enfrentamento é em relação a tutela que o governo ainda tem sobre a universidade”, concluiu Rizzo.
Fonte: ANDES-SN |