O desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa, estado de Guerrero, no México completou três meses no fim do mês de dezembro e, para exigir respostas, uma manifestação foi realizada na cidade de Iguala. Cerca de mil pessoas participaram da mobilização, entre elas, os familiares dos desaparecidos.
"Suas armas assassinaram meus irmãos. Queremos os 43 vivos", exigiram os familiares durante a marcha. Também participaram os estudantes da Normal de Ayotzinapa e professores da Coordenadoria Estadual de Trabalhadores da Educação de Guerrero (Ceteg).
Novamente, os manifestantes pediram a saída do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e do governador de Guerrero, Rogelio Ortega, que assumiu o cargo no final de outubro depois que Ángel Aguirre renunciou pressionado pelos protestos.
O caso
Em 26 de setembro, em torno de cem estudantes da Escola Rural Raúl Isidro Burgos, em Ayotzinapa, rumaram ao centro da cidade de Iguala. Na ocasião, María Ángeles Pineda, esposa do ex-prefeito de Iguala, José Luis Abarca, realizava um comício como parte de sua candidatura à Prefeitura.
Os estudantes apareceram no ato a fim de arrecadar fundos para uma manifestação por melhorias na educação, mas foram reprimidos pela polícia. O procurador-geral da República, Jesús Murillo Karam, declarou, em coletiva de imprensa, que houve ordem direta do ex-prefeito à polícia para reprimir os estudantes.
Segundo as últimas informações divulgadas, mais de 400 tiros teriam sido disparados contra os estudantes. Seis morreram na hora. Um dos estudantes teve sua pele e olhos arrancados, ainda vivo. Vários conseguiram escapar, mas 43 desapareceram.
Nestes três meses, mas de 70 pessoas foram acusadas de envolvimento no caso. À medida que começaram as investigações, foram encontradas em torno de 40 valas com restos humanos. No entanto, peritos argentinos afirmam que nenhum dos restos pertence aos estudantes e o caso ainda continua em aberto.
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*Com informações da Agência EFE
Fonte: Brasil de Fato |