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  12/09/2022


Povo Pataxó clama por demarcação de terras após semana de ataques contra indígenas



 

Povos indígenas da Bahia sofreram onda de ataques aos seus territórios. Na quinta-feira (8), um ato de resistência foi realizado em homenagem ao adolescente Pataxó, Gustavo Silva da Conceição, de 14 anos, assassinado por pistoleiros que atacaram, no domingo (4), a fazenda retomada na Terra Indígena (TI) Comexatibá, localizada no município de Prado, na Bahia. Além de manifestações, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e outras organizações que atuam em defesa dos povos indígenas acionaram o Ministério Público Federal (MPF) para exigir segurança aos Pataxó.


Um indígena de 16 anos continua internado no hospital. A situação poderia ter sido ainda pior, pois testemunhas afirmam que os criminosos chegaram em um carro atirando contra jovens, crianças e mulheres.

 

Lideranças indígenas denunciam a demora na demarcação do território Pataxó, que já teve seu Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação (RCID) publicado em 2015. Os ataques têm se intensificado desde junho de 2022, quando os próprios indígenas começaram um processo de autodemarcação, reivindicando a retomada de uma área agora explorada pela monocultura de eucalipto.

 

A partir de áudios compartilhados em grupos de whatsApp, acredita-se que os envolvidos sejam os mesmos que atacaram às comunidades Cassiana e Boca da Mata, na TI de Barra Velha, no sul da Bahia.

 

Em Carta lançada pelas Lideranças das TIs Comexatibá e Barra Velha, na terça-feira (6), é feita a denúncia de que os moradores das comunidades Pataxó sofrem há mais de três meses com ameaças e coações. 

 

“Vimos a público denunciar e informar das violências, ataques e tocaias que temos sofrido nestas duas terras indígenas, sobretudo, nos três últimos meses. Cientes de que embora, venham sendo praticadas por meio de diferentes estratégias que vão, desde as balas dos trabucos e fuzis, até as setas envenenadas das fakenews, mentiras calúnias e difamações, direcionadas para nossas lideranças. No intuito de espalhar desconfiança, deslegitimar o movimento indígena por autodemarcação da nossa terra. Por isso, com o objetivo de informar e melhor esclarecer o que está se passando”, afirma a carta.

 

Além de atos políticos na região e manutenção de alerta por segurança, a Apib, a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Coime); o Conselho Indigenista Missionário (Cimi); o Coletivo Semear; a Frente Ampla Democrática pelos Direitos Humanos; e o Instituto Hori Educação e Cultura fizeram uma denúncia ao MPF, acionando a instituição em defesa dos povos indígenas atacados e da demarcação imediata de seus territórios.  

 

Foto:  Apib

 

Fontes:  com informações da Apib.



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