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Pacote de ajustes do governo gera crise nas universidades estaduais paranaenses



As universidades estaduais paranaenses passam por uma grave crise financeira. Além de não terem recebido a totalidade do orçamento para o ano, as instituições ainda enfrentam o pacote de ajustes do governo estadual. O resultado concreto é a impossibilidade de pagar contas básicas, como luz, combustível e água, a dispensa de terceirizados e estagiários e, por consequência, a precarização das condições de trabalho e estudo.

Segundo Denny William da Silva, 1º secretário da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Adunicentro, Seção Sindical do ANDES-SN), os cortes orçamentários são comuns desde o início do governo de Beto Richa, em 2011, mas aumentaram em 2013. “Ano passado tivemos obras paradas, dificuldade de reposição de materiais, e até de compra de combustível para os veículos das universidades estaduais“, conta o docente. “O descontrole das contas do governo coloca as universidades estaduais paranaenses em risco”, acrescenta Denny William.

No dia 20 de novembro, o governo determinou 30% de corte de gastos em todos os órgãos do Paraná entre os meses de outubro de 2014 e janeiro de 2015. A decisão vale para as despesas de custeio pagas com recursos do Tesouro Estadual, como energia, água, telefonia, limpeza, combustível, etc. Apenas saúde e segurança não tiveram, ainda, cortes anunciados.

O Conselho de Administração (CA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) também critica os cortes e alerta para os perigos à educação por eles gerados. Em carta pública, o CA da UEL apontou que pelo menos 30% dos recursos destinados à universidade foram congelados e não chegaram a Londrina, o que impõe prejuízo nas atividades acadêmicas. Em 2014, o orçamento para manutenção da UEL é de R$ 26,6 milhões. Até agora, no entanto, o governo aprovou somente R$ 16,4 milhões, mas depositou menos ainda: R$ 11,9 milhões do total necessário.

Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), a situação não é diferente. O corte de orçamento fez com que a universidade tenha apenas o dinheiro das inscrições do vestibular para sua manutenção até o final do ano. Na Unicentro, as dívidas da universidade com credores chegam a R$ 2,6 milhões, já que o governo repassou apenas pouco mais da metade do orçamento de 2014 à instituição.

Já na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o ajuste do governo resultou em impactos diretos nas horas extras de funcionários, na suspensão do serviço do jantar pelo Restaurante Universitário (RU) e na redução do quadro de servidores efetivos (cerca de 850). A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, por sua vez, foi mais longe: cortou 100% do PROAP UEPG, que subsidia cursos de mestrado e doutorado da instituição.

Saída é mobilização


Na Unicentro, uma das poucas universidades estaduais paranaenses ainda em período letivo, os docentes realizaram uma assembleia geral na última quarta-feira (3) para discutir a crise. De acordo com Denny William da Silva, a categoria deliberou um indicativo de greve para o início do ano letivo de 2015, como forma de pressionar o governo a realizar os devidos repasses orçamentários, que possibilitariam a manutenção da universidade.

*Com informações de Adunicentro-SSind e Sinduepg-SSind. Imagem de Adunicentro-SSind.

 Fonte:
ANDES-SN



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