O ANDES-SN reafirmou sua posição crítica ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) por meio de duas notas divulgadas nos últimos dias. As notas, uma escrita pela diretoria do ANDES-SN, e outra pelo Comitê Nacional em Defesa dos 10% do PIB para a Educação Pública Já!, apontam os problemas e fragilidades do Enade e do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). O Enade desse ano será realizado no domingo (23).
Para os movimentos sociais e sindicais ligados à defesa da educação pública de qualidade, o Enade distorce a noção de avaliação da educação pois, ao invés de avaliar os problemas para superá-los, ele ranqueia as melhores universidades para beneficiá-las com mais investimentos – punindo os cursos e universidades com piores notas. A obrigatoriedade de comparecimento na prova também é criticada nas notas, já que prevê a não concessão dos diplomas para os estudantes ausentes.
Outros pontos apontados como problemáticos no Enade pelos movimentos são o assédio moral aos estudantes que são responsabilizados por possíveis maus resultados, e o favorecimento à lógica empresarial que a divulgação dos resultados ranqueados geram.
Tiago Leandro da Cruz Neto, um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Política Educacional do ANDES-SN, aponta que o Sindicato Nacional defende uma avaliação contextualizada, que dê conta de superar os problemas avaliados, e que respeite as especificidades regionais. “Criticamos o Enade porque ele tem um caráter punitivo, desconsidera contextos sociais e regionais, e porque sua nota é utilizada pelas empresas da educação para publicidade e, inclusive, para justificar aumento de mensalidades”, afirma o docente.
Mariana Pércia, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), defende o boicote ao Enade como forma de protesto contra esse modelo de avaliação. “O Enade é punitivo. Pune quem vai mal e aumenta investimentos em quem vai bem, o que cria uma lógica de ranqueamento. E isso acaba justificando ideologicamente a diminuição de investimentos públicos, exatamente o inverso do que defendemos”, diz a estudante.
Fonte: ANDES-SN |