Apesar de apenas 13 anos de existência (1864 a 1877), a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) tornou-se o símbolo da luta dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o mundo. Para estimular o conhecimento e relevância da AIT e de seu importante legado para a classe trabalhadora acontece no Brasil o “Encontro Internacional AIT, 150 Anos Depois”. O evento teve início na última sexta-feira (24), em Porto Alegre (RS), na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e se encerra no dia 3 de novembro, em Belo Horizonte (MG), na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Além dessas capitais, o evento ocorre nas universidades de mais seis cidades brasileiras, como Natal, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); em Campinas, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); em São Paulo, na Universidade de São Paulo (USP) em conjunto com a Federal de SP (Unifesp); em Cruz das Almas, na Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); em Salvador, Universidade Federal da Bahia (Ufba); e Rio de Janeiro, conjuntamente nas universidades Federal do RJ (UFRJ) e Federal Fluminense (UFF).
Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN e encarregado das Relações Internacionais da entidade, explica que o encontro é importante para o momento atual em que é necessário intensificação na organização internacional dos trabalhadores. “É um seminário acadêmico que busca resgatar a história da organização internacional dos trabalhadores, mas com a participação de centrais sindicais, de movimentos populares, de intelectuais. Será um momento importante para a articulação entre os movimentos que atuam junto às organizações dos trabalhadores para que a retomada das articulações internacionais”.
Segundo material de divulgação do evento, “será realizada uma série de conferências que articulam o primeiro movimento internacional de luta da classe trabalhadora com a avaliação e importância das lutas sociais dos trabalhadores em todo o mundo”.
A programação prevê ainda outras atividades como o lançamento do livro “Trabalhadores, uni-vos: antologia política da I Internacional”, de Marcello Musto; da edição 23 da revista "Margem Esquerda", com um dossiê sobre a AIT, e “Riqueza e Miséria do Trabalho no Brasil III”, de Ricardo Antunes.
AIT
Em 28 de setembro de 1864, em uma reunião em Londres, a primeira organização internacional do movimento dos trabalhadores foi fundada e assim denominada: Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT). Apesar do pouco tempo de existência (1864-1877), a AIT tornou-se o símbolo da luta dos trabalhadores e trabalhadoras e influenciou as ideias de milhões de pessoas em todo o planeta. “A AIT foi a primeira iniciativa de organização dos trabalhadores em âmbito internacional, composta por diversas organizações politicas, sindicais, anarquistas, marxistas, por várias correntes dos movimentos dos trabalhadores. Eles sentiam a necessidade de se organizarem internacionalmente e enfrentar o capital. Hoje a condição de internacionalização da economia capitalista é mais intensa do que era no século XIX e as demandas dos trabalhadores ampliaram-se em escala internacional”, apontou Paulo Rizzo.
Para o presidente do ANDES-SN, o modelo econômico atual é consequência do século XIX e se acentua nos últimos anos. “Se impõe aos trabalhadores um modelo de competição que os separa. No ideário neoliberal, o posto de trabalho depende da competitividade da empresa. O trabalhador é chamado a abrir mão de direitos para garantir a competitividade da empresa e não se solidarizar com a luta dos trabalhadores de outros países. O capital age na divisão dos trabalhadores”, ressalta.
Programação geral:
UFRGS (Porto Alegre) – 24 e 30 de outubro
UFRN (Natal) – 27 de outubro
Unicamp (Campinas) – 29 e 30 de outubro
USP/Unifesp (São Paulo) – 30 e 31 de outubro
UFRB (Recôncavo da Bahia) – 30 de outubro
Ufba (Salvador) – 31 de outubro
UFRJ/UFF (Rio de Janeiro) – 03 de novembro
UFMG (Belo Horizonte) – 03 de novembro
Fonte: ANDES-SN |