A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes) - Seção Sindical do ANDES-SN – denunciou na última sexta-feira (24), através de uma carta aberta à comunidade acadêmica da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a forma “antidemocrática” que a Reitoria está conduzindo o processo de reestruturação do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Ufes, localizado em Alegre, município localizado no sul do estado.
Segundo o presidente da Adufes SSind., Edson Pereira Cardoso, o atual reitor desconsiderou o trabalho realizado pela comissão criada pelo Conselho Departamental do CCA, que propôs a divisão do CCA em dois, e criou uma nova comissão para tratar do assunto sem a participação da comunidade acadêmica. Cardoso classificou de centralizadora a forma como o processo de reestruturação vem sendo conduzido.
“Criaram uma comissão sem muita transparência e com pouca democracia, com os docentes e discentes excluídos da possibilidade de indicação de nomes de seus representantes”, afirmou. Além disso, a proposta foi encaminhada para os Departamentos em 8 de outubro para ser apreciada até dia 21 de outubro deste ano.
Em nota, a Seção Sindical ressalta que a participação da comunidade acadêmica e a criação de uma Estatuinte - formada por docentes, técnico-administrativos e estudantes, e democraticamente estabelecida – seria o melhor encaminhamento para uma mudança estatutária e regimental. “O reitor é contrário a Estatuinte. A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está num processo Estatuinte e citamos esse caso como exemplo”, disse Cardoso.
Conforme o presidente da Adufes SSind., esse é um caso de problema estrutural da universidade, que está “impregnada daqueles vícios antigos de centralização, falta de democracia interna para ouvir todo mundo”, concluiu.
O campus de Alegre conta apenas com 250 professores para atender cerca 2,5 mil alunos, em 18 cursos de graduação. Esses números são reflexos do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que aumentou o número de vagas nos cursos de graduação, sem ampliar o número de docentes no quadro efetivo da instituição. “Foi um crescimento meio irresponsável. Temos problemas de infraestrutura nos laboratórios, biblioteca e nas salas de aula, em que falta ar condicionado; e de assédio moral, os professores são coagidos a dar 20 horas de aula”, explica Cardoso.
Fonte: ANDES-SN e Adufes |