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ADUA completa 35 anos de luta e resistência



A ADUA, seção sindical do ANDES-SN, completa nesta segunda-feira o seu 35º aniversário de fundação, uma história marcada por resistência e luta em defesa dos docentes da Universidade Federal do Amazonas e de uma instituição de ensino superior gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. Atualmente, a entidade conta com aproximadamente 920 associados.

Fundada no dia 28 de outubro de 1979, em uma Assembleia Geral realizada no auditório da Faculdade de Estudos Sociais, na Rua Monsenhor Coutinho, a ADUA teve seu Estatuto discutido, capítulo por capítulo, naquele mesmo dia. A sessão, aberta pelo professor aposentado Aloysio Nogueira, à época presidente da Associação Profissional dos Professores do Amazonas (APPAM), contou com a participação de outros 35 docentes, que subscreveram a ata de fundação da entidade.

“Essa história diz muita coisa, mas não se expressa propriamente por palavras. É um sentimento que permanece vivo até hoje”, disse o presidente provisório da ADUA, primeiro gestor da instituição, professor aposentado Osvaldo Coelho. Ele iniciou as atividades como docente da Ufam em abril de 1965, no curso de Filosofia, mas só depois de retornar da Universidade Federal de Minas Gerais, onde concluiu o mestrado, em 1979, se engajou mais fortemente na mobilização dos professores. “Nos voltamos imediatamente para os problemas da Ufam e nos organizamos para discutir a pauta docente”, lembra Coelho.

Ele, que coordenou as atividades da seção sindical até meados de 1980, em preparação à primeira eleição da entidade, lembra que era muito forte entre os integrantes da gestão interina e a base daquela época o “espírito de solidariedade”. “Todos estavam dispostos a lutar por essa universidade, em uma luta que permanece até hoje. A universidade não é um patrimônio de meia dúzia dos que a dirigem, mas é um patrimônio público, do povo e portanto deve estar mais próxima da socidade.

Além de Coelho e Nogueira, a mesa diretora da Assembleia Geral de Fundação contou com o apoio dos professores José Ribamar Bessa Freire, Heyrton Bessa, José Henrique Mesquita, Antônio Carlos Monteiro e Marcílio de Freitas. O 1º presidente da Adua foi o professor Randolpho Bittencourt, permanecendo no cargo durante o biênio 1980-1982.

Para o atual presidente da ADUA, professor Alcimar Oliveira, a palavra que melhor define a história de três décadas e meia da entidade é resistência. “Sobretudo pelo fato da seção sindical ainda manter um ambiente saudável de discussão, em que as contradições são colocadas de modo honesto”, disse.

Filiado desde 1986, Oliveira afirma que a atuação da seção sindical vai além das demandas da categoria. “A ADUA, assim como o ANDES-SN, é um sindicato que além de lutar pelos direitos da categoria docente também reflete o modelo de Estado, de sociedade e de República”, completa. Para ele, a universidade pública, que deveria cumprir o papel de pensar o país, de reforçar essa agenda republicana sobre saúde, educação, saneamento e segurança, “hoje, em grande medida, está retraída”.

Essa conjuntura, na avaliação de Oliveira, requer mais forças para combater a política de precarização das universidades e de desvalorização da carreira docente. “Isso aumenta enormemente o desafio de um sindicato autônomo, combativo, não atrelado a qualquer partido ou gestão”.

Para o professor Jacob Paiva, 1º secretário do ANDES-SN, chegar ao 35º aniversário é um desafio enorme. “Não tem sido fácil manter a luta do projeto de universidade defendido pelo Sindicato Nacional e pela ADUA, entidade que não se controi pela troca de favores com reitorias, com governos ou com partidos. É uma história marcada pelo espírito da democracia, da participação direta, da defesa do interesse público, diante das desigualdades que esse país apresenta”, avalia.

Paiva afirma ter visto no movimento docente organizado pela ADUA “um caminho promissor para se construir um projeto de universidade e de sociedade reclamado pela população”. Sindicalizado desde 1991, quando iniciou as atividades como docente na Ufam, Jacob chama atenção para um dos desafios do atual movimento docente: fortalecer a atuação pela base da categoria. “Nós temos dificuldades de ter apoio de colegas que coloquem o seu nome à disposição, seja para a direção, seja para o conselho de representantes nas unidades. Precisamos manter a ideia do sindicalismo construído efetivamente no local de trabalho, onde a vontade coletiva se expresse nos espaços legítimos de participação, as Assembleias”, encerrou, acrescentando que são os desafios que mantém o sindicato na luta e resistência.

Fonte: Adua



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