Os docentes da Universidade Estadual do Rio (Uerj) decidem na próxima terça-feira (21) se entram em greve, conforme indicativo aprovado em assembleia, realizada no dia 8 de outubro.
Em manifesto público, direcionado aos candidatos a governador do Rio e ao reitor, a categoria exige a abertura imediata de concursos públicos para novos professores, aumento salarial e a derrubada do veto do atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) à emenda que destina 6% do orçamento para as universidades públicas estaduais, de autoria da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Segundo o presidente da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) - Seção Sindical do ANDES-SN, Bruno Deusdará, não há diálogo da reitoria com os docentes. “Não sabemos por que eles não fazem concurso público. Nós precisamos de 400 novas vagas para eliminar o déficit atual de professores.”
De acordo com o documento, a reitoria da Uerj propõe um conjunto de medidas que dissimula o déficit de professores e compromete as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão, como alterar os critérios para concessão de carga horária de pesquisa entre os professores assistentes e auxiliares. Os primeiros, com carga horária semanal de 40 horas, poderão ter, no máximo, 10 horas de pesquisa, enquanto os auxiliares não poderão ter nenhuma.
Deusdará explica que a falta de professores tem prejudicado tanto os alunos quanto os professores. “Hoje temos turmas fechadas, superlotação de alunos na maioria das salas, com 50% acima dos limites. E professores assumindo a quantidade de horas em sala de aula de dois. A ideia é mascarar o déficit de professores.”
Outra medida criticada pelos docentes é a redução para 8 horas de carga horária, no máximo, de pesquisa para os professores adjuntos, associados e titulares com 20 ou 30 horas. “Essa proposta é uma ameaça à pesquisa e extensão”, afirmou.
Além disso, pela proposta da administração da Uerj, as atividades de orientação de monografia de graduação, de bolsas de Iniciação à Docência, Estágio Interno Complementar e Extensão não valerão mais pontos para o Banco de Produção Científica (BPC).
Por fim, os docentes reiteraram a rejeição à essas medidas, a luta pela abertura imediata de concursos públicos, a derrubada do veto aos 6% do orçamento estadual e garantir a integralidade das atividades Ensino, Pesquisa, Extensão na UERJ. “Precisamos da ajuda da sociedade civil e dos movimentos sociais nessa luta para evitar um apagão de docentes e o retrocesso na pesquisa e extensão da universidade”, concluiu Deusdará.
*Com informações da Asduerj - SSind.
Fonte: ANDES-SN |