Classificado pelo ANDES-SN como um projeto que "intensifica a concepção da educação superior como mercadoria", o Programa para Expansão da Educação a Distância nas Universidades Públicas Federais (ReUni Digital) ganhou a adesão da Administração Superior da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O anúncio foi feito, no dia 20 de junho, no site oficial da instituição de ensino. Para a ADUA, o programa é mais um projeto falacioso que aprofunda a desigualdade social na política educativa.
“Como enfrentar a exclusão real do povo do direito à educação com soluções remotas de inclusão preconizadas pelo Reuni Digital? Ninguém vive remotamente. Quem vive e defende a vida tem pressa e tem direito real, jamais remoto, de acesso presencial à educação integral”, afirmou o 2º vice-presidente da ADUA, professor José Alcimar de Oliveira (IFCHS).
A Ufam informou que o reitor, Sylvio Puga, participou do evento de oficialização da adesão da Universidade ao Programa ReUni Digital, no último dia 20, em Brasília (DF). Ainda segundo a instituição, Puga representou os dirigentes de dez universidades que aderiram ao projeto-piloto.
Além da Ufam, as outras universidades a aderirem ao ReUni Digital, conforme o MEC, foram: as Universidades Federais do Mato Grosso do Sul (UFMS), do Mato Grosso (UFMT), do Cariri (UFCA), do Piauí (UFPI), Rural da Amazônia (UFRA), Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), de Alfenas (Unifal) e de Itajubá (Unifei), além da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
Em nota, publicada no dia 30 de maio deste ano, o ANDES-SN lembrou que, antes da pandemia da covid-19, o governo Bolsonaro, publicou a Portaria nº 2.117/2019, que alterava de 20% para 40% a possibilidade de carga horária de EaD em cursos presenciais de graduação. O Sindicato Nacional salientou que o governo Bolsonaro além de dificultar o retorno seguro das aulas presenciais, ainda avançou na agenda do projeto do capital para a educação.
“Nós, do ANDES-SN, construímos um plano sanitário, com o intuito da garantia do retorno presencial seguro, pois já alertávamos que o governo Bolsonaro e os empresários da educação aproveitariam a situação da aula remota emergencial para normatizar esse quadro, substituindo gradativamente a aula presencial por aula remota”, afirma a entidade.
Na nota, o Sindicato Nacional alerta que o Reuni Digital ataca o tripé ensino, pesquisa e extensão, intensificando a concepção da Educação Superior como mercadoria e não como direito social. “Da mesma forma, desconsidera o papel importante da vivência dos espaços universitários, essencial para a formação do(a)s estudantes”.
Leia a nota do ANDES-SN completa aqui
Arte: Bordado de Olinda Evangelista
Fonte: ADUA com informações do MEC e da UFAM
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