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  15/06/2022


ADUA esteve entre milhares na marcha em defesa da Educação do “Ocupa Brasília”



Em força conjunta, servidoras e servidores de diversas categorias do funcionalismo público federal, trabalhadoras e trabalhadores de empresas estatais, estudantes, docentes e representantes de movimentos sociais protestaram em defesa da educação pública no “Ocupa Brasília”, na terça-feira (14). A mobilização denunciou o desmonte da educação pública coordenado pelo governo federal, quem tem tentado privatizar os serviços públicos e dificultar o acesso da população à educação. A programação contou com manifestação, audiência pública, caminhada e atividade política-cultural. A mobilização reuniu cerca de 5 mil pessoas.

 

A concentração para a manifestação em frente ao Anexo 2 da Câmara dos(as) Deputados(as) reuniu as caravanas com representantes das seções sindicais do ANDES-SN e estudantes. “Tira a tesoura da mão e investe na educação” e “não vai ter corte, vai ter luta” foram algumas das palavras de ordem ecoadas.

 

Motivos não faltam para protestar, considerando que, nos últimos 10 anos, o investimento público nas instituições federais de ensino caiu 73%. Somente no último mês, a educação sofreu grave ataque, com autorização do bloqueio de R$ 3,2 bilhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC).

 

A presidente da ADUA, professora Ana Lúcia Gomes, participou do ato representando a diretoria da Regional Norte I do ANDES-SN, e destacou o protagonismo da categoria estudantil.

 

“Foi uma ação necessária para mostrar que não estamos de braços cruzados diante dos cortes orçamentários e da ausência de políticas públicas educacionais neste governo. O ato, na verdade, foi protagonizado pelos estudantes secundaristas, de nível Técnico e Superior, que, em caravanas de ônibus de vários estados, se fizeram presentes. Foi emocionante e motivador rever os e as discentes nas ruas, exigindo educação pública e de qualidade. Eles mostraram, de forma alegre, a beleza dos atos de rua, além de que podemos e precisamos resistir aos incontáveis ataques deste governo”.

 

 

 

A revogação da Emenda Constitucional (EC) 95 (Teto dos Gastos); o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, a Contrarreforma Administrativa; e a reposição salarial emergencial de 19,99% dos (as) Servidores (as) Públicos(as) Federais (SPFs) também fizeram parte das reivindicações.

 

“É uma retomada de um movimento maior de massas muito importante, especialmente nesse momento em que as universidades estão sucateadas, com corte de orçamento, que a assistência estudantil está dilapidada e que muitas instituições estão sem restaurante universitário. Nós protocolamos uma pauta unificada no MEC e estamos exigindo audiência. E esse movimento hoje vai impulsionar a luta e pressionar para que sejamos recebidos”, disse a secretária-geral do ANDES-SN, Regina Ávila.

 

Leia a Proposta de Pauta Unificada da Educação Federal, protocolada no Ministério da Educação (MEC), assinada pelo ANDES-SN, FASUBRA, FENET, UNE e SINASEFE, entidades representativas do(a)s trabalhadore(a)s em educação (docentes e técnico(a)sadministrativo(a)s) e estudantes das  Instituições de Ensino Superior (IES), universidades, institutos federais e CEFETs.

 

Audiência pública

 

No mesmo dia, no auditório Nereu Ramos ocorreu uma audiência pública com o tema “Retrocessos Econômicos, Sociais e Ambientais do Governo Federal”.  O presidente em exercício do ANDES-SN, Milton Pinheiro, representou a entidade e destacou que as pessoas mais vulneráveis do país são os principais alvos do governo federal.

  

“Muitas das nossas universidades não chegarão a setembro, do ponto de vista do seu funcionamento, em virtude das atitudes criminosas do governo Bolsonaro e seus apoiadores no Congresso Nacional. Além disso, precisamos nos preocupar com o acesso e permanência dos estudantes, em especial dos cotistas que, diante desses cortes, são aqueles que serão mais atingidos por esse sistema de ataques à educação e ao povo brasileiro”, ressaltou.

 

 

Pinheiro também cobrou justiça pelo indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, que estão desaparecidos desde 5 de junho quando trabalhava na região do Vale do Javari (AM). “Essa violência representa o elemento central da destruição da natureza no Brasil, do coronelismo, da prática neofacista pelo interior do Brasil, em especial na Amazônia, pelo uso exacerbado das questões da mineração, do ataque aos povos indígenas e quilombolas, do ataque aos interesses públicos e aos recursos naturais do nosso país”, disse.

 

 

Ato político-cultural

 

Os e as manifestantes realizaram uma caminhada, pela Esplanada dos Ministérios, em direção ao MEC. Nas faixas, foi denunciado o desmonte da educação e da Ciência e Tecnologia públicas. O “Ocupa Brasília” terminou com um ato político-cultural em frente ao Teatro Nacional, com apresentação do rapper GOG e do grupo de Maracatu de Brasília.

 

 

 

 

Fotos: ANDES-SN e Ana Lúcia/ADUA 

 

Fontes: ADUA com informações do ANDES-SN



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