O Comando Nacional dos Bancários, organizado pela Coordenação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), deliberou em assembleia nesta segunda-feira (29) manter a decisão pela greve a partir desta terça-feira (30), por tempo indeterminado.
Após oito rodadas de negociação, a categoria rejeitou a última proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no sábado (27), de reajuste nos salários de 7,35% e no piso de 8%. Para o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), ligado à CSP-Conlutas, os percentuais apresentados pelos banqueiros são uma “provocação”.
Segundo o presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro, o reajuste não contempla as expectativas dos bancários. “A proposta não contempla as reivindicações não econômicas, que para nós são imprescindíveis, como garantia de emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, segurança bancária e igualdade de oportunidades. Queremos mais dos bancos, que têm aqui a mais alta rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional."
Entre as reivindicações dos bancários estão reajuste salarial de 12,5%; piso salarial de R$ 2.979,25; 14º salário; participação nos lucros e resultados de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247; vales alimentação e refeição, cesta alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 724 ao mês. Além de gratificação de caixa, no valor de R$ 1.042,74; gratificação de função equivalente a 70% do salário do cargo efetivo; e vale-cultura de R$ 112,50 para todos trabalhadores.
A categoria afirma que os seis maiores bancos do país (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e HSBC), que detêm mais de 85% dos ativos do sistema financeiro e empregam mais de 90% dos bancários, tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano.
Conforme Cordeiro, os bancos estão explorando o trabalhador para conseguir esses lucros “estratosféricos”. “Os bancos estão fazendo demissões e usando a rotatividade para reduzir a média salarial da categoria e submetendo os bancários a uma crescente pressão por cumprimento de metas abusivas, que levam com frequência à prática do assédio moral."
Banco Central
No calendário de mobilização proposto pelo Comando de Greve está previsto um ato no dia 2 de outubro, em frente à sede e às representações do Banco Central em todo o país, contra autonomia do Banco Central (BC) e em defesa do fortalecimento do papel dos bancos públicos.
*Com informações da CSP-Conlutas e Contraf
*Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fonte: ANDES-SN |